Hoje é inquestionável a busca das empresas por profissionais que, além de bem qualificados para executar suas funções, sejam também criativos. Todos nós nascemos criativos, mas a vida acaba nos impondo restrições que nos obrigam a aprender a pensar sempre de um mesmo jeito, sempre alinhado com o que as pessoas pensam. Isso é extremamente normal, pois caso contrário nem sequer seriamos aceitos socialmente. O problema é que quando nos acostumamos a pensar sempre do mesmo jeito e sempre buscando a concordância dos outros, acabamos matando nossa capacidade de pensar diferente e, consequentemente, nossa capacidade criativa. Dá para mudar isso? Com certeza, mas exige um certo esforço cujos resultados não vêm de uma hora para outra e nem de uma vez só. A seguir passo algumas dicas para você melhorar sua capacidade de pensar diferente e gerar inovações.
Desafie as regras – Todos nós, sem exceção, somos doutrinados a seguir regras desde a infância. ‘Não faça isso’, ‘Não suba aí’, ‘Isso é errado’, ‘As pessoas não fazem assim’. Cada ‘não’ que ouvimos é um tijolo que colocamos em paredes que formam ‘caixas’ que nos cercam, nos protegem e permitem que sejamos aceitos socialmente. Ao chegarmos à idade adulta, o fato de estarmos encerrados nestas caixas do pensamento impedem que visualizemos uma realidade fora deste mundo de regras. Existe um jargão típico entre os consultores de criatividade que é ‘Pensar fora da caixa’, que na verdade, nada mais é que desafiar estas mesmas regras que nos podam o pensamento inovador e imaginar como ficaria cada situação se não houvesse regras, se não estivessemos presos aos paradigmas sociais e legais que formam os paradigmas do que é ‘certo fazer’, do que é correto e aceito pelas pessoas. Pensar fora da caixa é criar situações em que você possa se desvencilhar das convenções e normas e elevar o pensamento para encontrar soluções inovadoras e criativas.
Dê um ‘toc’ na cuca – Muitas vezes precisamos que alguma coisa aconteça em nossas vidas para que saiamos do marasmo da rotina e impulsionemos nossa mente para explorar todas as possibilidades para lidar com situações adversas. Um ‘toc’ na cuca pode ser dado por uma demissão, a perda de um parente próximo, uma viagem inesperada, um assalto, ou uma coisa positiva também, como uma promoção, um elogio vindo de alguém que você não esperava, regando o jardim. A revista Você S.A. publicou uma vez uma parábola que contava como dois monges foram bem recebidos por uma humilde família que repartiu o pouco que tinha para recebê-los e ofereceu sua casa para o pernoite. Ao saber que tudo que eles tinham era graças a uma vaca que lhes dava leite para beber e vender, o monge mais idoso ordenou seu colega que empurrasse a vaca penhasco abaixo no meio da madrugada. Sem entender, o jovem monge obedeceu. Na manhã seguinte, bem cedo, antes de todos acordarem, eles se foram. Depois de alguns anos, o jovem monge fez o caminho novamente e quis matar a curiosidade sobre o fim que levou aquela família. Qual não foi a sua surpresa ao descobrir que no lugar do casebre havia uma boa casa, crianças saudáveis brincavam no jardim e tudo estava bem cuidado e com sinais de prosperidade. Ao indagar o dono da casa, ele descobriu que sua vida mudou depois que sua vaca morreu. Ele e a família foram obrigados a buscar outro meio de sobreviver e então descobriram tudo o que eles poderiam fazer e assim reverteram suas vidas miseráveis. Tudo graças à morte da vaca que os sustentava. Você se lembra da frase: ‘A necessidade é a mãe da invenção’?
Divirta-se – Bem, se a necessidade é a mãe da invenção, o divertimento é o pai dela. Minhas melhores idéias surgem quando estou brincando com meus filhos, ou a partir da segunda cerveja com os amigos. Os momentos de descontração aliviam a mente para navegar solta, com as defesas abaixadas, sem bloqueios e sem a preocupação com as exigências e normas a serem seguidas. Na verdade, você não precisa necessariamente se divertir, basta se distrair. O importante é sair do contexto da situação que você está precisando resolver. Se alguém te perguntar qual é o momento em que você mais precisa ser criativo, com certeza, as principais respostas seriam algo como: ‘Quando tenho um problema para resolver’, ‘Quando tenho uma necessidade para atender’ ou ‘Quando o prazo está se esgotando’. Mas, se te perguntarem qual é o momento que as respostas vêm com mais facilidade, as respostas passam para algo como: ‘Quando estou fazendo alguma coisa não relacionada com o problema’, ‘Quando estou só me distraindo’ ou ‘Quando estou relaxado’.
Anote tudo – Talvez você não se dê conta, mas nossa mente trabalha o tempo todo, nunca tira folga, e, justamente nos momentos de descontração ou que se está fora do problema é que ele pode encontrar uma grande solução. Se você estiver focado no problema, com certeza se lembrará da solução depois de algum tempo. Só que nestes momentos, idéias espontâneas surgem, aparentemente do nada, e lamentavelmente a maioria é descartada antes de tomar forma, simplesmente porque forçamos a mente a focar no que é preciso pensar naquele momento. Como o lado direito do cérebro não sabe respeitar regras, ele insiste em levar seu dono para viajar nos momentos mais impróprios. Não restrinja sua mente de dar as suas viajadas ocasionalmente. Tenha sempre em mão papel e caneta para anotar qualquer coisa nova que surja. Depois, ao reler, pode ser que você simplesmente dê algumas risadas e jogue o papel fora, mas pode ser que ela venha a se tornar uma grande sacada para o seu negócio, sua vida ou seu trabalho.
Chega a ser tétrico o pseudo intelectualismo marquetólogo moleque que quer reinventar a roda diariamente nas redes sociais e em grupinhos de mercado. Pergunto-me, por exemplo, qual o motivo de ainda existirem tantos equívocos sobre as diferenças entre marketing e branding. Num dia desses, após uma prazerosa oratória que proferi para grandes empreendedores, me deparei com um colega (não vem ao caso o nome dele mas também era palestrante no evento) que disparou o seguinte oximoro: “Gostei da sua palestra mas homens como Peter Drucker estão ultrapassados e os gestores das marcas precisam esquecer essas figuras que estão mortas.” Sempre fiquei em dúvida, caro leitor, se esse mundo realmente acabaria um dia, mas quando ouvi isso, tive certeza que sim.
No mínimo um cidadão míope que não sabe nada do que está falando e pior ainda, ensinando (minhas sinceras condolências para aqueles que pagaram para assistir alguma palestra com esse apocalíptico ‘expert’). Tive que conter qualquer reação mais exacerbada de minha parte – até por questão de elegância – mas difícil entender tal débil afirmação. Afinal de contas, Drucker mostrou ao mundo em The practice of management (1954) que o marketing é tudo que uma empresa faz e sua força se mostra em, principalmente, construir uma marca de fora (mercado) para dentro, caso contrário o processo se torna esquizofrênico. Esse documento culminado com sua ida para a General Motors como consultor, representou a fusão total e inegociável das duas disciplinas.
Francisco Alberto Madia de Souza, a quem todo mundo, incluindo seus alunos (também fui) e familiares, chamam simplesmente de Madia, escreveu um excelente artigo deixando bem claro que branding e marketing são “duas faces de uma mesma moeda”(1). John Jantasch , autor dos livros Marketing de Baixo Custo e Alto Impacto (2007) e The Commitment Engine (2012) , foi igualmente feliz em sua observação enfatizando que “marketing é a arte de convencer alguém que tenha um desejo, a conhecer, gostar e confiar em você”; e “branding é a arte de se fazer conhecido, querido e confiável”(2).
Em outras palavras, se o marketing estuda e entende, o branding encanta. É uma relação simbiótica e também saudável, oras. Inclusive, do meu ponto de vista, a fase atual da internet, que é essencialmente social, funciona como uma “cola” intensificando ainda mais a convivência harmoniosa. E, mais do que isso, ajudam na elaboração de estratégias fundamentais para conquistar e encantar o cliente (sei que isso soa clichê). Isso prova que um não vive sem o outro.
Um pouco desse teatro intelectualmente nefasto e ao mesmo tempo cômico se dá porque, muita gente que se diz entendida do assunto, não consegue realmente simplificar o sentido do marketing. Refiro – me, por exemplo, a toda canaille primitiva dos pseudo experts super valorizados que aparecem diariamente com o ego inflado nas redes sociais e ambientes afins. Enfim: Marketing nada mais é que se organizar na perspectiva do mercado e do cliente3. Inocentes aqueles que acreditam que marketing é apenas divulgar promoção ou fazer campanhas publicitárias caríssimas. Por falar nisso, sonho com um dia que a disciplina da empresa moderna deixe de ser a fluoxetina diária de certos publicitários pavões ególatras com todo o glamour jeca e cafona que carregam (sem generalizações, pois conheço profissionais de qualidade nesse ramo). Nossa profissão é séria demais para se resumir a apenas sacadinhas criativas.
Uma empresa que parece ter desaprendido que marketing e branding são indissociáveis é a Brastemp. Depois de conquistar e dominar por anos o mercado com seu belíssimo posicionamento “Não é assim uma Brastemp”, Narcisos irresponsáveis recebem o poder em mãos e começam, alguns anos atrás, a mexer em time que está ganhando. Como políticos de oposição que rechaçam as obras do mandato anterior. Não importando o quão boas foram suas ações. Ironicamente o novo conceito foi batizado de Lado B. Nada mais justo. O Lado B do marketing criando uma campanha Lado B. O critério é simples: se não fui eu que fiz, não é bom. Realmente, esse case Brastemp é um dos cinco maiores fiascos do marketing moderno. Simplesmente bestial. Parecem ter esquecido que nenhuma marca nasce, resiste e se fortalece sem a validação do mercado! E o consumidor? Ah… o consumidor é apenas um penduricalho dispensável.
Independente dos meus furibundos protestos, não acredito, mesmo que gostaria, que essa bolha de ignorância e juniorização que ronda o marketing brasileiro possa acabar tão cedo. Talvez eu seja só um apaixonado pelo marketing (sentimentalismo a parte) que está cada vez mais assustado com a nivelação rasteira que estamos passando. Falta, entre outras coisas, vigor intelectual de parte dos atores. Mas quem, com o mínimo de conhecimento e paixão não estaria assustado e até mesmo indignado? Eu, com certeza, não estou sozinho.
1 “Marketing e Branding”, Francisco Madia , 2008
2 “Duct tape marketing” , John Jantasch , 2007 (www.ducttapemarketing.com)
3 “”Em defesa do marketing”, Gabriel Rossi, 2012, Mundo do Marketing (http://www.mundodomarketing.com.br/artigos/gabriel-rossi/23536/em-defesa-do-marketing.html)
A arte de reposicionar o adversário é um artifício refinado, lindo e raro no marketing. Nos tempos atuais, principalmente com o enfraquecimento da propaganda de massa, essa prática não é para amadores mambembes, definitivamente. Leia-se por reposicionar o concorrente, caríssimos leitores, o ato de remover a percepção que o consumidor tem de uma marca e imputar um novo conceito na mente do público em questão. Você deixa de contar sua própria história de uma maneira linear e convencional (fortalecendo assim a narrativa de uma forma muito mais arrojada), coloca seu “inimigo na defensiva” e começa a traçar e comandar o formato de toda conversa da categoria. Anos atrás, por exemplo, a Tylenol resolveu “atacar” a clássica Aspirina, alegando que o medicamento, criado no final do século XIX, provocava dores de estômago. Na época, as vendas de aspirina caíram significativamente. A Pringles, marca da Procter & Gamble, foi reposicionada (depois conseguiu mudar isso) como “artificial demais”, por concorrentes mais antigos como a Borden’s Wise. A batata da P & G caiu de 18% de mercado para 10%.
Também, anos atrás, a BMW, por exemplo, foi bem sucedida reposicionando a Mercedes como a melhor máquina para ficar sentado. Naquela época a Mercedes estava realmente produzindo carros grandes que pareciam limousines. A “sala de estar do automobilismo.” A BMW aproveitou o flanco, atacou e criou seu famoso slogan “The ultimate driving machine”. Um antagonismo aos atributos dos automóveis da Mercedes. Há outros casos. A Listerine e a Lenox também vivenciaram ataques semelhantes.
Dica: A reformatação do concorrente é mais eficiente quando faz parte de um esforço conjunto para mudar a maneira que ele é percebido num grande contexto. Comunicação comparativa pode funcionar, mas um trabalho melhor articulado em diferentes canais (utilizando storytelling) tende a ser mais poderoso. Neste conceito, os profissionais norte-americanos de política muitas vezes dão show. Eles adotam medidas que nem sempre são inéditas, mas sabem usá-las de forma criativa, meticulosa e no momento certo. Isto ficou claro com a campanha de Barack Obama em 2012. Já antes das prévias, a equipe do democrata iniciou um trabalho intenso de reposicionamento do seu adversário, Mitt Romney. A campanha de Romney baseou-se no fato de que a economia estava em apuros e defendia a terceirização de negócios e empregos. Obama agiu rápido e reposicionou seu concorrente como aquele que destruiria a oferta de empregos para os norte-americanos. Boa parte da campanha e dos recursos financeiros foram alocados para caracterizar o republicano como insensível em relação aos milhares de desempregados. Xeque-mate: Romney já não tinha muito mais tempo para pensar em outra estratégia. E muito mais do que isso: a campanha de Obama saiu fortalecida e o presidente passou a ser identificado como um incentivador de criação de empregos e da parceria governamental com empresas para solucionar o problema. A narrativa da marca Obama foi extremamente enriquecida.
A Salesforce também utilizou essa estratégia para garantir o sucesso do seu CRM, que contava com a tão conhecida computação em nuvem (“software como serviço”). Iniciaram uma campanha contra a concorrente Siebel (e alguns outros), que, apesar de ter um produto semelhante, líder de mercado, passou a ser divulgada como antiquada e obsoleta. Claro que a Salesforce também estava oferecendo um software, muito semelhante, mas a forma era diferente, pois destacava uma pseudo nova geração do produto. E, apesar de semelhante, o produto realmente era um avanço em tecnologia. Sim, é necessário estar preparado para o contra-ataque. No caso da Salesforce, quando a Siebel passou a ser comandada pela Oracle, o ataque virou, abordando a segurança dos usuários.
A era digital trouxe novos desafios para o branding e, com certeza, um deles foi a elevada dificuldade de reposicionar o adversário mercadológico. Marcas estáticas, que acreditam que podem prever o mercado, estão mortas. Aquelas que quiserem sobreviver em um futuro bem próximo terão de evoluir diariamente, injetando dinamismo e energia. Esse constante movimento de marcas agindo como verbos foi batizado de “Diferenciação Energizada” por Gerzema e Lebar (A bolha da marca, 2008). Marcas agora são direções. Não são lugares. O novo consumidor (mutante e controlador do relacionamento em um ambiente conectado por valiosas microinterações) olha pro futuro. Ele trata suas opções de modo similar a um investidor na Bolsa de Valores. Quer ser surpreendido positivamente e cada vez mais depositará seu interesse num “portfólio” restrito de marcas com propostas dinâmicas, visionárias e criativas. Se já possui uma promessa fincada, precisa arrancá-la muitas vezes. O novo consumidor quer ser levado para novas estradas. Não adianta mais segurar uma plaquinha com sua promessa por muito tempo. O que isso nos diz? Muitas vezes uma empresa/marca gasta recursos e muito esforço reposicionando um concorrente, mas o seu próprio posicionamento acaba tornando-se irrelevante. Desta forma não é tão benéfico reposicionar o outro.
Há momentos que reposicionar a concorrência não significa negativar ela na mente e coração do consumidor. Também é possível reposicionar seu adversário antes mesmo de posicionar sua marca. Há diversas opções. Estas são pequenas pílulas. Há muito mais. A beleza e a raridade deste marketing move, como podemos ver, são diretamente proporcionais. Empresas e marcas no Brasil estão apenas começando a entender o poder de tudo isso. Que aprendam definitivamente.
Há uma estreita relação entre Marketing e Propaganda, embora sejam áreas muito específicas e o conhecimento e sucesso em uma delas, embora contribua, não implica sucesso da outra. Enquanto profissional de marketing você terá que estabelecer excelentes critérios e uma relação de qualidade com a agência ou agências que escolher para realizar os jobs necessários a seus objetivos e metas institucionais e comerciais. Esta relação quando construída sob critérios adequados, relacionamento de qualidade e muito bom senso proporciona resultados muito além dos previstos.
Acontece que várias ilusões extremamente comuns prejudicam a qualidade destes resultados. Critérios adequados, relacionamento de qualidade e bom senso não são tão espontâneos como parecem, precisam ser elaborados, construídos e administrados com carinho e proximidade. Vejamos algumas das inúmeras variáveis que devem ser levadas em conta na relação entre marketing e agências de propaganda.
Como escolher a agência:
A melhor agência não é a maior ou menor, é a que mais se compromete em entender a fundo o cliente e trabalhar duro para exceder suas expectativas. A palavra-chave é comprometimento!
Lembre-se que a relação entre agência e cliente é B2B, e salvo o caso raro e especial em que haja um vínculo pessoal muito forte entre seus representantes, o resultado que você pode esperar em termos de dedicação é diretamente proporcional à importância da conta que você está oferecendo. Por isso, se você não tem uma grande conta ou job para oferecer, muitas vezes, é melhor trabalhar com agências pequenas e médias, para quem você representa proporcionalmente mais, que optar pelo sonho de entregar suas solicitações a agências mais consagradas e premiadas, cujo tempo está comprometido com seus maiores clientes. É melhor ser um cliente “grande” em uma agência “pequena”, mas competente, que um cliente “pequeno” em uma agência “grande”!
Cuidado com novos publicitários imediatistas que mais se parecem com agentes financeiros que publicitários; estes, em geral, estão iludidos pelo glamour que imaginam alcançar e, portanto, com a premissa e o foco equivocados. Opte pela agência mais dedicada a entendê-lo, suas reais necessidades e possibilidades para o momento e, ao mesmo tempo, disposta a dedicar-se a surpreendê-lo com a qualidade e adequação do seu trabalho. Podemos entender que Propagada é Comunicação + Arte + Business, nenhum destes vértices pode faltar!
Como ser um bom cliente:
Bons clientes, de fato, são tão difíceis de achar quanto boas agências. Estou cansado de ver agências apresentarem ideias geniais, conceitos extraordinários, que naufragam porque o “ego” do cliente resolveu fazer uns “pequenos ajustes”. Nem todo profissional de marketing entende em profundidade de propaganda. Há gente que não é da área e entende muito e outros da área que entendem pouco. As duas melhores características de um bom cliente de uma agência de propaganda são: humildade e mente aberta para receber propostas diferentes das que havia imaginado, com as quais precisa namorar, entender e só então opinar…
O bom profissional de marketing tem a agência como parceira, não como competidora no campo de suas vaidades pessoais. Os “jogos de poder” entre cliente e agência são contra produtivos, um desperdício de tempo, dinheiro e trabalho. O cliente pode e deve orientar e reorientar a agência sobre os detalhes conceituais e institucionais que deseja ou não presentes nas peças e campanhas, mas precisa de muita humildade e bom senso para tentar “mexer” na criação, cuja linguagem não domina. Ser um bom cliente é saber que determinadas vezes vale a pena ampliar o budget frente a uma excelente ideia, na qual vale apostar e investir antes que um concorrente o faça! Grandes sacadas e oportunidades não ocorrem todo o dia, mas por incrível que pareça, às vezes ocorrem quase que simultaneamente a dois concorrentes observando o mesmo mercado! Fique atento.
ALGUMAS DICAS:
1) Cuidado com os excessos de solicitação e criação. Lembre-se do que dizia Picasso: “O segredo é saber o momento em que se deve parar; mais um traço estraga, mais uma pincelada e a obra se perde!”
2) Prefira agências com um atendimento muito dedicado e detalhista; afinal o briefing inicial é fundamental para a adequação da criação.
3) Prefira agências onde redator e diretor de criação trabalham em conjunto, pensando juntos (dupla de criação).
4) Reflita: “Estamos sempre mais ansiosos por sermos reconhecidos por um talento que não possuímos que valorizados pelos outros quinze que, de fato, possuímos” (Mark Twain).
Colabore com a agência, você tem a estratégia, ela descobrirá a melhor maneira de comunicá-la ao mundo! Bons negócios!
Há poucos dias recebi uma mensagem de um leitor bastante preocupado com a relevância que o tema ‘empreendedorismo’ vem ganhando em todas as esferas. De fato, se prestarmos atenção, veremos que o empreendedor é uma figura que alçou o posto de ‘salvador da pátria’, a economia precisa de empreendedores, os líderes precisam ser empreendedores, candidatos a prefeito adotaram o termo em seus discursos para conseguir votos, passando pelo mundo da moda, pelos esportes, pela arte e na família, todo mundo tem que ser empreendedor.
A apreensão surge ao fazer qualquer tipo de teste de perfil empreendedor. Quando os resultados indicam que a pessoa não gosta de mudanças, não aceita correr riscos, não vislumbra um futuro muito além do mês seguinte, não é comunicativo nem espontâneo, não é criativo, tem péssimo faro para oportunidades e é pouco organizado, o que se pode fazer? simplesmente não há espaço para ele neste mundo de empreendedores?
Bem, a minha resposta é a seguinte: Não se desespere, pois o mundo não vai acabar para você por não ter as características do empreendedor de sucesso. A Terra continuará a girar, o Sol continuará a se por ao final de cada dia, as empresas continuarão suas atividades mercantis e as pessoas continuarão as mesmas por um longo tempo. Em primeiro lugar, precisamos nos anestesiar um pouco da disseminação imprópria do termo ‘empreendedorismo’ pelo mundo afora. O perfil empreendedor representa aquilo que sempre se valorizou em mercados competitivos no mundo inteiro, simplesmente acharam um termo que explica o que todo mundo já sabia: As pessoas precisam ter iniciativa e assumir a responsabilidade pelas realizações que trarão benefícios para si e para a comunidade. A popularização e massificação de expressões como esta refletem os ‘modismos’ empresariais que ajudaram a vulgarizar muitas das conhecidas ‘buzzwords’ como liderança, teamwork, inovação, qualidade, entre tantas outras. As mais recentes são resiliência e assertividade.
Em segundo lugar, os não-empreendedores também são importantes. A despeito dos avanços na tecnologia, as atividades rotineiras ainda fazem parte de qualquer trabalho. Ainda vamos precisar de pessoas que, sem criatividade, ajudem a ‘carregar o piano’. Ainda precisaremos de pessoas que vejam sentido no lado bom da burocracia, que pode ser traduzido por ‘Organização’. De forma alguma poderemos dispensar aqueles que se satisfazem em cumprir o seu horário de trabalho e fazem aquilo que foi determinado na sua descrição de cargo. O problema é que antes do ‘boom’ sobre o assunto, os empreendedores estavam, dentro das empresas, no mesmo nível que os demais ‘mortais’ e seu potencial estava se neutralizando por conta dos paradigmas corporativos que impediam, e impedem, a manifestação deste tipo de talento.
Em terceiro lugar, já pensou uma seleção brasileira só de Ronaldos? Um time só é completo e efetivo se tiver bons goleiros, bons atacantes, bons zagueiros, bons pontas, bons meios-de-campo, com habilidades distintas. Um bom finalizador geralmente é péssimo na marcação. Excelentes armadores de jogadas podem ser uma negação ao orientar a defesa. O que quero dizer é que existem diversos tipos de empreendedores, tudo depende da habilidade necessária para o projeto. Por isso, antes de assumir que você não é empreendedor, procure saber que TIPO de empreendedor você não é e de repente você pode até descobrir que pode ser OUTRO tipo de empreendedor. Não existe o empreendedor completo, o super-homem que possui todas estas propaladas qualidades. O que existe é um rol de habilidades utilizadas para determinadas necessidades. Um cara criativo, junto com um bom administrador, assessorado por um especialista no assunto, formam uma Equipe Empreendedora. E, no final das contas, é isso o que conta e não um único responsável por tudo.
Por último, só porque você não tem um perfil empreendedor, não quer dizer que não possa adquirir este perfil. Existem várias escolas que estudam o empreendedorismo, algumas dizem que o empreendedorismo é inato, outras dizem que pode ser desenvolvido. Eu, conhecendo todas as escolas, digo que todas estão certas. Algumas características/comportamentos são inatas, mas outras habilidades podem ser desenvolvidas, dadas as devidas condições. Independentemente da origem cultural, formação educacional ou experiências vividas, qualquer pessoa pode aprender a empreender. Criatividade pode ser treinada, técnicas de gestão podem ser aprendidas, relacionamento pessoal pode ser desenvolvido. O importante é saber qual o seu potencial empreendedor, que habilidades você tem mais suscetibilidade para desenvolver. O processo de auto-conhecimento é fundamental para definir a linha de formação. Conhecendo seus pontos fortes e fracos, seus desejos e expectativas, suas experiências positivas e negativas, seus prazeres e desprazeres, você terá como traçar um plano de desenvolvimento de algum dos vários perfis empreendedores que existem.
Sou nordestino e sempre que estou ausente das turbulências do dia-a-dia organizacional – resolvo conhecer ainda mais a cultura, beleza natural e o potencial de desenvolvimento da região Nordeste. O Nordeste é habitado desde a pré-história pelos povos indígenas do Brasil, que no início da colonização realizavam trocas comerciais com europeus, na forma de extração do pau-brasil em troca de outros itens. Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a França, que não concordavam com o Tratado de Tordesilhas, realizavam constantes ataques ao litoral com o objetivo de contrabandear madeira para a Europa.
O litoral é o principal atrativo turístico. Milhões de turistas exploram as praias, culinária e cultura do povo nordestino – principalmente em períodos de alta estação. Há alguns anos os estados vêm investindo intensivamente na melhoria da infraestrutura, criação de novos pólos turísticos, e alguns no desenvolvimento do ecoturismo. O Nordeste é onde está o progresso, não é à toa que grandes empresas estão se instalando e fazendo grandes negócios no ambiente que muitas vezes é discriminado como subdesenvolvido.
E, aproveitando toda potencialidade e fragilidade da região, resolvi escrever sobre algumas situações que em minha última viagem pela beleza nordestina observei e que interferem no contexto mercadológico das pessoas e organizações: 1 – Ética: É importante que os consumidores fiquem atentos aos restaurantes com gestores desonestos que alteram o cardápio aumentando a precificação dos produtos em períodos de alta estação. A sustentabilidade não está voltada apenas às questões ambientais – é preciso que os administradores entreguem produtos/serviços com ética – entendendo que o lucro é consequência de um diálogo respeitoso e precificação justa. Para Solomon (2012), a ética comercial envolve regras de conduta que guiam ações no mercado – os padrões em relação aos quais a maioria das pessoas em uma cultura julga o que é certo e o que é errado, bom ou ruim. Esses valores universais incluem a honestidade, a confiabilidade, a imparcialidade, o respeito, a justiça, a integridade, o interesse pelos outros, a responsabilidade a lealdade.
2 – Cliente interno: Durante a minha estadia em alguns hotéis observei a humildade, honestidade e confiança dos camareiros e mensageiros dos hotéis. A confiança é definida como um conjunto de expectativas compartilhadas por todos aqueles envolvidos em uma troca. É preciso que as empresas acreditem nos seus colaboradores e vice-versa. A maioria dos empreendimentos turísticos já dispõe de cofres (serviço adicional) disponíveis em cada quarto para proteger a reputação do estabelecimento caso os consumidores percam seus pertences no ambiente hoteleiro. Na qualidade de consumidor sempre utilizo o serviço para guardar meus aparelhos eletrônicos, joias e dinheiro.
3 – Marketing de Serviço: Precisa ser tangibilizado através da comunicação oferecida pelas peças de publicidade – as imagens e descritivos nos sites, folheterias e outros canais de relação com todos os interessados devem trazer um diálogo real para que os clientes consigam vivenciar ao máximo as promessas oferecidas pelas empresas. É notório que muitas empresas trabalham uma comunicação fantasiosa e muitos clientes ficam frustrados atingindo um índice baixo do nível de percepção dos serviços. Muitos hotéis exploram imagens que não existem no ambiente físico; Descritivos irregulares para as distâncias dos shoppings, praias e restaurantes; Fotografias com péssima qualidade para exposições dos atrativos turísticos;
É importante lembrar que o marketing de serviço é amparado por cinco pilares:
– confiabilidade : capacidade de desempenhar o serviço prometido de modo confiável e preciso;
– presteza : disposição de ajudar aos clientes e de fornecer o serviço com agilidade;
– empatia : atenção individualizada e cuidadosa que as empresas proporcionam a seus clientes;
– segurança: conhecimento, cortesia, dos funcionários e sua capacidade de transmitir confiança;
– tangíveis: aparência física das instalações, equipamentos, pessoal e material de comunicação.
4 – Precificação e Experiência: É importante que o consumidor fique atento em centros de artesanatos ou espaços com produtos voltados para os turistas. Evite comprar artesanato nas primeiras lojas, pois existe uma commoditização dos produtos e algumas vezes uma variação de precificação entre um vendedor e outro. Para os produtos da culinária nordestina como a cocada, cachaça, castanha, licores e queijos – o consumidor ter a oportunidade de degustar das iguarias antes de fazer a aquisição – garantindo uma experiência única carregada de valores culturais de uma região que explora com muita precisão os pratos típicos.
5 – Marketing sensorial: Alguns restaurantes já oferecem o cheiro e gosto dos seus produtos na “porta” do estabelecimento. Tive oportunidade de visitar o restaurante Império dos Camarões e no estacionamento do estabelecimento os clientes sentiam o aroma da culinária focada no produto principal: o camarão. Um cheiro espetacular para quem aprecia os pratos feitos com o marisco. Na recepção, os atendentes entregavam um ponto eletrônico de espera e orientava os clientes a degustarem do tempero do restaurante: pastéis, caldinhos e outras entradas eram servidos ativando os nossos receptores do paladar e aguçando aos consumidores a provarem os pratos principais ou SUGESTÃO: as iguarias.
6 – Tecnologia Digital: Muitos restaurantes, shoppings e hotéis já dispõem de gestores focados em redes sociais com o objetivo principal de monitorar o diálogo dos consumidores nos ambientes digitais. A comunicação é uma necessidade do consumidor e muitos hotéis já oferecem serviços gratuitos de internet wi-fi – gerando assim comodidade e satisfação para aqueles que estão conectados praticamente 24h contando para seus seguidores suas experiências de vida – fazendo uploads de fotos pelo Twitter, Facebook ou Instagram. No hotel em que fiquei hospedado na Praia de Pipa/RN no período da noite, vários turistas se aglomeravam nas mesas ao redor da piscina para atualizar seus espaços digitais com imagens e contar para seus parentes através do Skype os momentos inesquecíveis da bela praia.
7 – Marketing Turístico: É preciso testar e retestar inteiramente todos os pontos de contato que interferem diretamente no serviço. Existe uma falha muito grande na gestão de alguns empreendimentos turísticos referente à infraestrutura dos estabelecimentos, em especial, hotéis – muitos ambientes são arcaicos e apresentam um alto consumo de energia. Em outros casos a infraestrutura básica não funciona – chuveiros elétricos que não aquecem, ar condicionados que não refrigeram, fechaduras deterioradas, sistema de TV a Cabo fora do ar ou com serviço básico.
8 – Vendas: Nas lojas localizadas nos shoppings centers é visível a ganância dos vendedores para conquistar as comissões de vendas no final de ano. Os consumidores ficam desamparados, pois muitos atendentes iniciam um o processo de venda e abandonam o início do relacionamento para tentar “abraçar” outros consumidores que circulam pelas lojas. Os conceitos de fidelização são quebrados pela falta de interesse da linha de frente em analisar o comportamento do consumidor e oferecer produtos orientados as suas necessidades e desejos. Falta treinamento dos colaboradores e um olhar orientado ao cliente – observando que os ganhos são consequências de um atendimento verdadeiro.
9 – Marketing Promocional: Depois do período de Natal e Ano Novo surge a comunicação promocional. Os preços dos produtos são reduzidos de forma radical – com descontos de até 80%. As lojas de shoppings, em especial, marcas de roupas, iniciam campanhas explorando os espaços das lojas para expor uma identidade visual focada nas liquidações. Observo que muitos consumidores aguardam essa temporada para começarem a adquirir produtos com preços baixos e qualidade elevada – passando a utilizar marcas renomadas.
10 – Pesquisa de Marketing: Muitas organizações se esquecem de realizar pesquisa mercadológica. A ausência de formulários para mensurar a satisfação dos consumidores pós-serviço – impede das empresas identificarem e medirem o nível de erros na prestação de serviços e grau de satisfação dos seus clientes. É preciso que as organizações que oferecem serviços turísticos escutem todos os interessados buscando a melhoria contínua através de um olhar amparado pela inovação. Para Fitzsimmons (2010) em serviços, a avaliação da qualidade surge ao longo do processo de prestação de serviço. Cada contato com um cliente é referido como sendo um momento de verdade, uma oportunidade de satisfazer ou não o cliente. A satisfação do cliente com a qualidade do serviço pode ser definida pela comparação da percepção do serviço prestado com as expectativas do serviço desejado.
11 – Consumo: Os profissionais de marketing precisam entender o comportamento dos consumidores e não o do consumidor individual, já que, em muitos casos, mais de uma pessoa está envolvida na decisão sobre o que comprar – crianças, jovens e idosos precisam ser investigados antes, durante e depois do uso de produtos/serviços. O consumidor que processa uma mensagem e usa serviço e produto não é necessariamente o receptor passivo de informações que os profissionais de marketing pensavam que fosse.
12 – Consumo Consciente: Em algumas regiões do Nordeste o mercado hoteleiro é fixado em ambiente de natureza exuberante – com muitas árvores frutíferas: coqueiros, cajueiros, mangabeiras, pitangueiras, laranjeiras, goiabeiras e mangueiras. Infelizmente os hóspedes não conseguem usufruir desses frutos que para muitos exóticos. Muitos gestores de hotelaria não utilizam do próprio recurso natural para produção de sucos durante os cafés das manhãs ou espaço para degustação em área de recepção ou bares. Observei que muitas frutas são desperdiçadas no ambiente hoteleiro.
13 – Empreendedores Estrangeiros: No Nordeste Brasileiro as construções hoteleiras são dominadas pelos Espanhóis e Portugueses. Locais poucos explorados e de extrema beleza natural onde são construídos resorts, hotéis e pousadas para acolher estrangeiros e brasileiros de alto poder aquisitivo. Durante as minhas férias observei que existe um acolhimento para os nativos da comunidade que passam a trabalhar dentro do ambiente turístico – gerando emprego e melhores condições de vida para as pessoas que antes viviam apenas da pesca ou de outros trabalhos pouco remunerado. Culturalmente muitos desses europeus que exploram o mercado turístico no Brasil apresentam um diálogo simplificado e arrogante – acreditando que a atmosfera do nosso país é orientada por uma cultura subdesenvolvida.
14 – Estratégia: A vantagem competitiva está em reconhecer as necessidades dos clientes e procurar resolver os seus problemas de forma harmoniosa. Alguns hotéis dispõem de uma área exclusiva para atender os clientes que estão acompanhando de seus filhos e precisam cuidar da higiene e alimentação dos pequenos. Vivenciei em um hotel fazenda na cidade de Garanhuns/PE um ambiente denominado de “mini-cozinha” um espaço aconchegante com microondas, fogão, pia e área exclusiva para cuidar da alimentação dos bebês. Quando a empresa conhece as reais necessidades dos clientes e procura resolver os seus problemas, está-se no caminho para a real vantagem competitiva.
15 – Atendimento: Colaboradores da linha de frente de restaurantes e hotéis desinformados sobre programações de eventos do próprio estabelecimento, pontos turísticos e informações básicas de relacionamento. Pontos aparentemente óbvios precisam ser dialogados com colaboradores que lidam com o mercado turístico – é fundamental que essas pessoas leiam sobre todo o ambiente mercadológico em que atuam. Todos os colaboradores precisam vivenciar os produtos/serviços que interferem diretamente o ponto de contato.
16 – Causa Social: Instituições que não acolhem os animais – agride uma relação ambiental justa. Presenciei uma franquia de lanchonete abandonando um gatinho que insistia adentrar no estabelecimento. Diante do descaso do ambiente – fui obrigado a recolher o animal, alimentá-lo e doá-lo. Nos dias atuais as questões ambientais devem ser tratadas através da intenção estratégica da empresa – incorporando ações sustentáveis focadas na proteção dos animais e do meio ambiente.
17 – Mercado Informal Praieiro: O ambiente mercadológico praieiro é diversificado e muitos Nordestinos ganham a vida comercializando produtos artesanais no ambiente da praia. O mercado informal é amparado por uma linguagem de comunicação própria e cultural. Na qualidade de profissional de marketing – ficar sentado em um espaço de praia é vivenciar uma experiência única em termo de criatividade e inovação. Encontrei rastros mercadológicos em vendedores de frutas, cangas, milho verde, espetinho, sachés, queijo, óculos, DVD/MP3 piratas, chapéus, algodão doce, pulseiras, brinquedos, coquetel e cachaça. Pessoas alugando jegue, cavalo, bugre, dromedário, jangada, caiaque e charrete.
Apesar de algumas fragilidades o Nordeste é um ambiente de hospitalidade, belo e considerado como uma das regiões de maior qualidade de vida do Brasil. Quando a maioria das pessoas pensa sobre o setor de hospitalidade, normalmente considera hotéis e restaurantes. Hospitalidade significa “recepção e entretenimento de hóspedes, visitantes ou estrangeiros, com liberalidade e boa vontade”. A administração mercadológica está em todos os lugares e em todos os cantos do planeta. O profissional de marketing requer aprendizagem e renovação constantes, novos conhecimentos, habilidades e competências – o senso de observação é fundamental para geração de relação entre ócio criativo e as condições de mercado que são cada vez mais competitivas. Vamos viajar, pensar, relacionar e inovar?
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FITZSIMMONS, James A. e FITZSIMMONS, Mona J. Administração de serviços: operações, estratégias e tecnologia de informação. Porto Alegre: Bookman, 2010; SOLOMON, Michael R. Comportamento do Consumidor: Comprando, possuindo e sendo. Nona Edição. Porto Alegre: Bookman, 2011;
Veja algumas dicas que coletei com empreendedores experientes ao longo dos anos:
1) Inovar não é o mesmo que empreender. Uma boa idéia por si só não se transforma em resultado sem um estudo de viabilidade, um planejamento de implementação, investimentos, ajustes e acompanhamento. O sucesso está diretamente relacionado com a eficácia das ações. Se você tem uma boa idéia mas não a implementa, então você não tem nada.
2) Não tenha medo se não der certo. Seja sucesso ou fracasso, não importa qual o resultado do seu projeto, saiba que tudo é passageiro. Ter sucesso pode ser apenas um status provisório que não se sustenta no longo prazo. Ter fracasso, igualmente pode ser apenas uma etapa necessária no caminho rumo ao sucesso. Seja perseverante e siga o mantra ‘não desisto nunca’.
3) Até das pedras no caminho precisamos: Os melhores casos de empreendedorismo que conheço começaram em um momento de crise, de grande dificuldade. Muitas vezes um problema grave serve como estopim para a revisão de paradigmas e pressupostos que levam a um processo de ruptura e busca de novos conceitos aumentar a competitividade e a eficácia. Mais uma vez, o valor do esforço pela necessidade de sobreviver.
4) Não existe empreendedorismo solitário. A não ser que você se julgue o profissional completo que bate, cabeceia e defende, você precisará buscar o apoio de pessoas que tenham competências complementares à sua para formar uma equipe integrada e tocar o projeto escolhido. O mundo está tão complexo que ninguém hoje pode dominar todos os elementos sozinho. Qualquer empreendimento de sucesso possui sempre uma equipe por trás delas e não apenas o empreendedor.
5) Estruture sua idéia. Para transformar uma idéia em algo factível é preciso, no mínimo, recursos. Pessoas, tempo, espaço, dinheiro, equipamentos, etc são todos elementos que precisam ser organizados e planejados. Muitas boas idéias soçobraram por não terem sido adequadamente planejados e estruturados. Nem todos possuem habilidades administrativas, portanto traga para a equipe quem pode ajudá-lo nisto.
6) Alinhamento com a visão. De nada adianta ter uma grande idéia se ela não está alinhada com a visão que o empreendedor escolheu para si. Busque este alinhamento através do processo de auto-conhecimento e dos seus sonhos de vida. É importante que o empreendedor saiba como ele se vê no futuro, o que estará fazendo, que estilo de vida pretende adotar, para saber se o empreendimento sendo criado lhe proporcionará isso.
7) Não espere para poder agir. Muitas coisas só são possíveis com a ajuda e cooperação de outras pessoas. Infelizmente, nem todos têm o mesmo grau de comprometimento com a sua idéia do que você. É preciso conquistar o apoio daqueles de quem você depende. Em alguns casos, é importante até mesmo ter a coragem de quebrar algumas regras e linhas hierárquicas para fazer as coisas acontecerem.
8) Saiba vender sua idéia: De todos os apoios que você precisa, nenhum é mais necessário do que aquele que dará luz verde para você iniciar o projeto. Geralmente um investidor ou parceiro deve aprovar seu projeto para liberar os recursos que você precisará. Não basta levar uma boa idéia, vontade e determinação. É preciso provar que a idéia é viável. É preciso provar os benefícios do projeto. Em muitos casos, é preciso fazer um bom plano de negócios. Para se tornar mais efetiva sua venda, conquiste apoios entre aqueles que tomarão a decisão, antecipe suas preocupações e eventuais resistências à idéia.
9) Tenha um mentor: Se você está muito distante de pessoas que podem ajudá-lo, ajuda muito ter pelo menos uma pessoa com livre trânsito entre os tomadores de decisão ao seu lado. Ele será o seu mentor e o ajudará a vender a idéia e obter os recursos e apoios necessários para implantar sua idéia. Quanto mais relevante a posição e influência dele, melhor.
10) Pequenas ações empreendedoras: Nem todas as ações empreendedoras dizem respeito a projetos de negócio ou com alto grau de complexidade. O espírito empreendedor está em todas as coisas, uma mobilização para juntar dinheiro para ajudar um amigo doente, a resolução de um pequeno problema do cliente que não tinha nada a ver com você, a preocupação em levar um pacote de salgadinhos para oferecer numa reunião. Qualquer coisa que envolve criatividade, iniciativa e realização é uma importante prática da atitude empreendedora.
Um dos exercícios mais valiosos que um empreendedor pode realizar para o bem do seu negócio é a abertura às críticas construtivas sobre as idéias relacionadas ao seu empreendimento.
Por mais capaz e competente que seja o empreendedor, ele não consegue vislumbrar todas as diversas perspectivas e nuances que cercam seu negócio, sobretudo se ele é um especialista por formação ou por experiência em uma determinada área. Na maioria das vezes, um excelente técnico encontra dificuldades em compreender as regras de mercado e a receptividade do seu público-alvo às características intrínsecas de seu produto. Da mesma forma, um analista financeiro não se sente à vontade ao lidar com aspectos relacionados aos bastidores das negociações comerciais e políticas com parceiros, clientes e fornecedores.
A verdade é que não existem empreendedores completos, detentores de 100% de todas as características que tanto ouvimos e elevam os empreendedores à categoria de ‘super-homens’. Até os mais proeminentes empreendedores conhecidos, se cercaram de pessoas competentes em habilidades complementares às suas. Conhecer o negócio por inteiro é, portanto, um dos requisitos fundamentais de todo empreendimento de sucesso. Como já mencionado em outros artigos, o Plano de Negócios é um dos instrumentos que ajuda o empreendedor a: ou conhecer melhor o seu negócio, ou se dar conta da sua ignorância sobre todos os fundamentos a ele relacionados.
‘Como saber o que posso estar esquecendo de importante sobre o meu negócio?’. Esta é uma das maiores angústias do empreendedor veterinário que abriu uma pet shop, do tecnólogo que abriu uma assistência técnica em micro informática, do jornalista que abriu sua assessoria de imprensa e outros profissionais que estão batendo cabeça em suas aventuras pelo mundo empreendedor.
O teste do Advogado do Diabo é uma forma de lidar com esta questão. Trata-se de uma técnica que abre espaço para o processo de validação de uma idéia, seja ela uma proposta de solução de um determinado problema, um novo negócio ou a avaliação de uma oportunidade. O empreendedor cerca-se de pessoas que façam parte de sua equipe, especialistas em diversas áreas ou pessoas de confiança, para um encontro com este fim específico. Cada participante representa o papel do advogado do diabo, um algoz, mesmo que acredite firmemente nas idéias. É um exercício que estimula o pensamento reverso, a capacidade de enxergar as mesmas coisas sob outros ângulos, um brainstorming ao contrário, sem o intuito de criar novas idéias, mas validar aquela que já existe, questionando-a, criticando-a, colocando-a em situações de conflito, levantando objeções e duvidando de sua viabilidade.
Quando o grupo adota esta postura, está na verdade testando a idéia, colocando à prova seus conceitos e fundamentos, legitimando a proposta e identificando pontos importantes que precisam de uma resposta aceitável. O objetivo do grupo não é a malhação da idéia pura e simplesmente falando, mas tentar levantar questões que não necessariamente o empreendedor tenha se atentado, ou dado a devida importância. Numa sessão do advogado do diabo o empreendedor não precisa ter resposta para todas as perguntas que a sua equipe fizer, mas precisa estar atento para buscar uma solução para um item que ele julgue importante e que não havia sido cogitado antes. O advogado do diabo parte do pressuposto que nada está bom, nada está funcionando bem, nada pode ser assumido como garantia de sucesso. Para ele sempre haverá alguma falha em algum ponto do modelo. Muitos dos itens que farão parte do Plano de Negócios sairão de uma dinâmica como esta.
O mais difícil na condução desta técnica é saber diferenciar as críticas construtivas das negativas sem o viés gerado pelo sentimento de propriedade e paternalismo sobre a idéia. Por isso, as sessões em grupo são mais eficazes, pois as perguntas evoluem a partir da troca que ocorre dentro do grupo. Por exemplo, um pergunta, o outro complementa, um terceiro dá um exemplo e o quarto sugere as conseqüências. Os quatro, assim, corroboram e colaboram para a compreensão ampla da preocupação levantada.
Outro problema que costuma surgir neste exercício é a tendência do empreendedor assumir uma postura excessivamente defensiva, buscando sempre uma justificativa e uma resposta plausível para todos os comentários que surgem. É preciso lembrá-lo que não se trata de uma defesa pública de sua idéia, ele não precisa ‘inventar’ respostas para convencer os outros que sua idéia é boa, em lugar disso, é uma boa prévia que simula as perguntas que uma banca de investidores, por exemplo, poderia fazer, mas com o conforto de poder dizer simplesmente: ‘Não sei, não havia pensado nisso, mas vamos verificar!’ pois ele se encontra entre amigos, parceiros e sócios que, inclusive, deverão se mobilizar depois para ajudar a cobrir estes buracos descobertos no modelo de negócio.
A regra é: Descubra seus próprios defeitos, antes que os outros o façam!
Mas, não foi exatamente isso que aconteceu nesta época do ano passado?
O que aconteceu de fato? Por que não fizemos aquele regime? Por que não fizemos os exercícios prometidos? E aquele curso que tanto queríamos? Afinal, por que nossas promessas não foram cumpridas e as metas não foram alcançadas?
Promessas e intenções não são atitudes. Muitas pessoas fazem promessas para o ano novo, mas se esquecem que só a ATITUDE pode concretizá-las.
Promessas são apenas palavras, até começarem a ser cumpridas por nossas atitudes.
O primeiro grande equívoco é confundir desejo com vontade. A maioria de nós apenas deseja. Muitos, inclusive, desejam intensamente… Mas desejo é algo apenas potencial. Sem o exercício da vontade o desejo não se realiza.
A diferença entre desejo e vontade é:
Desejo é um estado da mente e está ligado a expectativas.
Vontade é um atributo da mente e está ligada a atitude.
Se o seu “querer” estiver na esfera do desejo, ele pode não se realizar, porque você não estará tomando nenhuma atitude na direção da sua realização.
Nossos votos, promessas e metas são expressões de nossos desejos, demonstram o que queremos em potencial, mas somente a atitude materializa este “querer”.
Nossa vontade é o exercício das nossas atitudes.
Por exemplo, o princípio cristão “bem aventurados os homens de boa vontade”demonstra muito bem esta diferença. As bem aventuranças são consequência da boa vontade, ou seja, das atitudes corretas. Não basta querer, é preciso agir!
Muitas pessoas buscam a felicidade, mas não percebem que suas atitudes estão muitas vezes no sentido contrário à felicidade que buscam.
Para este ano que se inicia, de nada adiantará fazermos novas promessas ou apenas acreditar que cumpriremos as que não realizamos no ano que passou – é preciso reformar nossas atitudes!
A chave para reorientar nossas atitudes consiste em 3 pilares: Abandonar, Manter e Adquirir:
Abandonar as atitudes que nos afastam da realização de nossos objetivos.
Manter as atitudes necessárias para alcançar nossos objetivos pelo tempo necessário para que possam surtir efeito e trazer resultados.
Adquirir os conhecimentos e adotar as atitudes que nos faltam para realizar nossos sonhos.
Se você deseja ser feliz precisa abandonar a tristeza.
Para desenvolver uma nova competência não podemos ser imediatistas, precisamos manter nossos esforços pelo tempo suficiente para sedimentar nossas conquistas.
Para construirmos a melhor versão do futuro precisamos desenvolver a melhor versão de nós mesmos, e isso inclui adquirir conhecimentos e desenvolver atitudes que ainda não temos.
Abandonar, manter e adquirir são três grandes ferramentas para que, no final deste novo ano que se inicia, não nos encontremos frustrados por não ter cumprido as promessas e votos que fizemos.
Para este novo ano não fique refém de promessas, desenvolva novas atitudes: atitudes vencedoras!
Você é daquele tipo de pessoa que procura ser correto, disciplinado, eficaz, veste a camisa da empresa, é comprometido até o último fio de cabelo, vai além do seu cargo para resolver problemas e procura contribuir com o que de melhor você pode oferecer?
Você é daquele tipo de pessoa que se orgulha de obter resultados onde outros falharam, que recebe constantes elogios dos clientes e de outras áreas da empresa, se preocupa com os problemas da empresa, até mesmo aqueles que não dizem respeito ao seu cargo ou função?
Você é destes que apóia iniciativas de seus funcionários, protege os interesses da empresa e da equipe, procura se inteirar e se manter informado sobre o que acontece na organização, toma as dores de qualquer manifestação que atinja o nome da empresa e tem a coragem que questionar fatos, rotinas e processos que estejam ultrapassados e sem sentido?
Você é uma destas pessoas que procuram ser receptivos às mudanças, têm consciência que o mundo é incerto e dinâmico, estimula a diversidade de experiências, busca o auto-conhecimento contínuo, encara erros como parte de um processo de aprendizado, pensa constantemente no futuro e nas suas possibilidades de crescimento e desenvolvimento pessoal?
Você também faz parte do grupo dos que acreditam que a consciência e o comportamento ético valem mais no longo prazo do que resultados a qualquer custo, são determinados e perseverantes na consecução de uma idéia até sua concretização, mantém-se além de discussões maledicentes e fofocas e buscam fazer tudo com seriedade e excelência?
Apesar de tudo isso, você não consegue manter-se estável nos seus empregos? Vive passando de uma empresa para outra? Suas mudanças se caracterizam por demissões inesperadas e inexplicáveis? A cada demissão você revê sua carreira e procura em vão uma explicação para tais infortúnios? A cada novo emprego você promete a si mesmo melhorar, se empenhar mais e se mostrar mais comprometido e depois de algum tempo é demitido novamente?
Se você se identifica com este perfil, seja bem vindo ao clube dos funcionários empreendedores. Mais do que profissionais, são verdadeiros talentos com perfil empreendedor. São pessoas que possuem o poder de fazer a diferença em qualquer organização. Reúnem características raras entre os profissionais e por isso mesmo, são procurados e valorizados por todas as empresas.
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Você não entendeu nada, né? É um paradoxo. Você é este paradoxo. É desejado pelas organizações, mas indesejado pelas pessoas. Sabe porquê?
Porque você propõe mudanças que mexem com a zona de conforto das pessoas;
Porque você provoca inveja quando traz soluções criativas que outros deveriam ou gostariam de ter pensado antes de você;
Porque você aparece e brilha mais do que seu chefe e por isso ele te vê como ameaça;
Porque na escassez de recursos, enquanto outros reclamam, você tira leite de pedra;
Porque quando um grupo é unânime sobre uma questão, é você quem levanta um questionamento pertinente que ninguém tinha pensado;
Porque você se arrisca quando todos querem se proteger.
O paradoxo existe porque, embora as empresas saibam que precisam de talentos que inovam, que tragam mudanças de paradigmas e que pensem estrategicamente, a grande maioria não está preparada para receber este tipo de profissional. Profundas mudanças culturais e estruturais são necessárias antes de pensar em receber e aproveitar estes talentos. Qual é a saída? Não pense em mudar o seu jeito de ser. Não pense em se apagar e esconder suas características para ser aceito. Não caia na armadilha da mediocridade para garantir um emprego. Só não temos mais talentos empreendedores porque muitos que têm este potencial acabaram se sujeitando a jogar as regras de suas empresas para proteger seus empregos.
Sabendo que possui tais características, há uma tendência de pensar em abrir um negócio próprio. Trata-se de um caminho questionável se você nunca sonhou nesta perspectiva para sua vida. Ser empreendedor é bem diferente de ter perfil empreendedor. Nem todos têm disposição para lidar com burocracia, bancos, contador, exigências legais e outras dores de cabeça típicas, mas provavelmente você sabe disso porque em algum momento já pensou nesta possibilidade.
Se serve como alento, saiba que a mudança nas empresas já está em curso. Algumas já estão neste novo patamar, são poucas, mas você deve continuar procurando até encontrá-las. Quando isso acontecer, você verá que valeu a pena ser diferente, valeu a pena esperar e procurar, valeu a pena não se corromper, valeu o sacrifício de não se nivelar por baixo.
Assim, se você for demitido novamente apesar de ter feito tudo certo e colhido excelentes resultados e conquistas, não fique triste, saiba que aquele ainda não era o seu lugar. São poucas as empresas que efetivamente sabem valorizar estes profissionais e são poucos estes profissionais. Encontrar um ao outro é como encontrar a tampa da sua panela, o casamento perfeito. Seja perseverante, não perca o que você tem de mais valioso, e mais cedo ou mais tarde você encontrará o seu lugar.