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Marketing, uma mera questão racional?

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Todas as pesquisas mais recentes sobre o processo de tomada de decisões, hoje contando com o apoio de exames laboratoriais de escaneamento funcional, corroboram com a premissa psicológica amplamente defendida no século anterior de que nossas decisões são muito menos racionais do que gostaríamos.  Claro que isto possui um profundo impacto sobre o marketing, suas abordagens e ferramentas em todas as fases que o compõem.

 

Não é por acaso que hoje vivemos tão focados na Economia da Experiência, afinal as experiências se refletem tanto nas características emocionais de nossas decisões, quanto nas racionais; uma vez que a busca pelo prazer, satisfação e excelência também possuem apelos racionais, facilmente compreendidos.  Hoje, quando discutimos posicionamento, conceito vital para o sucesso do Marketing, precisamos refletir sobre os diferentes impactos emocionais e racionais que derivam desta nossa escolha estratégica.  Isso deve ser feito de maneira dinâmica e não estática, porque nossas percepções estão sujeitas a alterações a cada instante.

 

Precisamos atuar sobre a dinâmica das alterações de percepção e não apenas sobre a generalização daquilo que consideramos seja a “moda” (valor mais frequente em uma série estatística) das percepções.  Lembremos que Steve Jobs sempre repetia que a Apple não deveria perguntar a seus clientes o que eles desejavam (visão estática), porque eles não saberiam responder.

 

Embora o mercado (entidade fictícia que usamos para substituir o comportamento das pessoas como agentes decisores) seja a fonte de nossas pesquisas; as particularidades da essência humana, mais que suas manifestações em termos de média, moda ou mediana é que constituem as verdadeiras bases de pesquisa dos profissionais sérios de marketing!  Produtos são desenvolvidos, serviços são oferecidos e experiências são vivenciadas – se esta tríade não ocorrer em sintonia com as particularidades da essência humana, nosso marketing não será melhor que um livro ruim, uma música ruim ou uma peça de teatro ruim, ainda que todos os fundamentos de construção e boa execução das referidas obras esteja de acordo com os “protocolos”.

 

Mais que ser tecnicamente perfeita uma marca precisa possuir vida!

 

Um planejamento estratégico sem execução é apenas um documento de boas intenções!

 

O excesso de racionalização do marketing o aprisiona em um labirinto de tentativa e erro de baixa produtividade.

 

O marketing não acontece no departamento, na empresa ou no mercado, acontece no universo humano das interações racionais, emocionais, espirituais.

 

Seus componentes tangíveis e intangíveis não são facilmente decupados em um gráfico ou modelos estatísticos, é ciência e arte, simultaneamente. A tecnocracia não nos trará soluções inovadoras para um mundo assolado pela mesmice. Precisamos de profissionais ricos, não em fórmulas, regras e estatísticas, mas em conteúdo capaz de causar sensações permanentes em nossa razão e emoção.

 

Aí está nosso público-alvo, ansiando por ser cativado, surpreendido, maravilhado. O que você vai fazer a respeito?

Algemas de ouro

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Luis Carlos é um grande amigo que conheci há 10 anos quando trabalhamos juntos em um grande banco. Extremamente competente, ele sempre foi para mim um modelo a ser seguido. Cheio de energia e idéias, era o profissional que fazia a diferença em qualquer lugar onde trabalhasse. Implementou vários produtos novos, foi responsável por grandes projetos estratégicos, sabia se cercar de talentos sempre motivados, conseguia conciliar sua vida pessoal com a profissional com maestria invejável, tinha foco e concentrava esforços no que era importante, tinha visão de futuro e investia hoje para colher amanhã. Tinha tanta auto confiança que sabia os momentos certos em que podia se expor e brigar com quem tivesse que brigar. Suas opiniões eram sempre respeitadas e acatadas. Sua capacidade de perceber o ambiente e identificar oportunidades era inigualável. Da mesma forma, nunca vi ninguém com melhor capacidade de comunicação e de influenciar pessoas.

 

Acompanhei sua carreira desde que nos conhecemos. Após muitas conquistas, ele se orgulha de ter chegado ao topo de sua carreira: diretor de tecnologia de uma multinacional francesa. Sua vida era boa, tranqüila, constituiu uma bela família e vive confortavelmente em um bairro nobre de São Paulo. Há três meses fui à sua casa para um jantar com nossas famílias e ele aproveitou para me confidenciar um dilema que estava vivenciando.

 

Uma empresa de tecnologia de sistemas americana o havia procurado havia poucas semanas oferecendo-lhe a seguinte proposta: Abrir a primeira subsidiária da empresa no Brasil, com total independência para prospectar mercado, contratar pessoas, estabelecer parcerias, estruturar serviços, definir estratégias, enfim, montar todo o negócio do zero. Eles lhe disponibilizariam o software, suporte técnico e treinamento e todo o material para divulgação. ‘No começo fiquei muito entusiasmado’ disse ele, ‘até que ouvi o lado negativo da história’.

 

Ele não teria salário, sua remuneração viria dos resultados que obtivesse. Ele também teria que levantar a maior parte do capital necessário para instalar o negócio. Acima de tudo, ele assumiria toda a responsabilidade sobre o empreendimento, fosse um sucesso ou um fracasso. ‘Não sei se estou pronto para abandonar tudo o que tenho por uma aventura destas, mas a oportunidade é fantástica, porque eu conheço o produto dele, é muito bom e acredito realmente que seria um grande sucesso, pois eu conheço muito bem este mercado’, ponderou.

 

Seu dilema é igual ao de muitos executivos do mercado. Luis sempre sonhou em abrir seu próprio negócio, mas nunca surgiu a oportunidade. No início de sua carreira entrou em uma grande empresa só para adquirir o aprendizado necessário e juntar capital para perseguir seu sonho. Junto com este aprendizado, veio também o reconhecimento e as oportunidades de carreira. Junto com as perspectivas de crescimento, os salários crescentes, os benefícios cada vez melhores, a reputação construída dentro da empresa e no mercado, a admiração de equipes e colegas, o bônus altamente atrativo no final do ano, o poder adquirido com a ascensão na pirâmide hierárquica, uma sala privativa, título de clube exclusivo, uma secretária e equipe de 20 profissionais de alto nível à sua disposição, carro da empresa, despesas pagas, plano de previdência privada, etc. No âmbito familiar, o conforto e o bem estar proporcionado para esposa e filhas, incluindo aí boas escolas, viagens internacionais todos os anos, presentes caros, fins de semana tranqüilos no clube, vida social ativa e de alta qualidade e uma imagem de vencedor invejada e admirada por parentes e amigos. E o seu sonho do negócio próprio vai ficando distante, pequeno e insignificante diante do rumo que sua carreira tomou.

 

Aí então a oportunidade que ele tanto esperava surge de uma forma irrecusável. Por mais atrativa que seja uma proposta como esta, a incerteza e o risco piscam luzes vermelhas de alerta em sua cabeça com uma relevância que certamente não existiria se ele ainda fosse um analista de sistemas. Mas se ele fosse ainda um analista de sistemas uma proposta como esta seguramente não cairia no seu colo.  O que você faria no lugar de Luis? Até que ponto você estaria abrindo mão de seus sonhos pelo canto da sereia do mundo corporativo? Em que momento nos deixamos corromper por estas ‘algemas de ouro’ que nos prendem às conquistas obtidas e nos impedem de dar novos saltos em sua vida profissional?

 

Estaria ele disposto a resgatar seu sonho, não deixar passar esta oportunidade, e enfrentar as dificuldades inerentes ao empreendedor? Estaria ele pronto para se defender de todos que o criticarão, principalmente sua própria família que mais sofrerá com esta decisão? Outra coisa, ele sabe que tem uma excelente formação como executivo, mas ele não tem certeza se esta formação é suficiente para ser um empreendedor. Ele tem plena consciência que outras habilidades serão necessárias para conduzir um novo negócio, mas ele nunca investiu no desenvolvimento destas competências.  Como especialista em empreendedorismo eu não podia deixar de mostrar as vantagens de enfrentar o risco, principalmente para o desenvolvimento pessoal, mas também fui obrigado a reconhecer a força das algemas de ouro. No entanto, de tudo o que falei, uma coisa lhe chamou a atenção quando lhe perguntei: ‘Se você partir para esta aventura e não der certo, até que ponto este “fracasso” mancharia seu currículo?’

 

Sua primeira e instintiva resposta foi acreditar que jamais haveria espaço no mundo corporativo para ele, pois existiria preconceito contra ex-executivos que se tornam empreendedores fracassados e tentam voltar para as grandes empresas. Eu disse a ele que boas empresas já quebraram este paradigma, principalmente depois que elas descobriram, no início da década, o valor dos executivos que abandonaram seus empregos para entrar no mundo da internet e foram apanhados pelo estouro da ‘bolha’ da especulação. Alguns destes executivos voltaram para seus empregos originais com uma bagagem e experiência para novos negócios que dificilmente adquiririam em seus empregos. Muitas empresas estão percebendo o valor do aprendizado adquirido ‘lá fora’.

 

Luis me escutou. Tomou a decisão de se arriscar diante da possibilidade de aprendizado e enriquecimento pessoal. Fiquei contente por ele. Algum tempo depois, voltei a encontrá-lo e quando perguntei como ia o novo empreendimento fiquei surpreso com sua resposta. Ele mudou de idéia e continuou no seu emprego. ‘Por quê?’ perguntei surpreso. Sua resposta foi lacônica, em um tom de voz que me antecipou tudo: ‘Perguntei à minha família o que eles achavam e você já sabe como foi a reação!’.

 

Net-working ou Not-working? Eis a questão!

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“É impossível ser feliz sozinho” – essas sábias palavras de Tom Jobim em “Wave”, retratam uma das maiores verdades da vida: precisamos uns dos outros, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. A felicidade e o sucesso vêm das relações humanas, das conexões, que fazem com que a vida e os negócios fluam e floresçam. Diz o ditado “Quem tem um amigo tem o maior tesouro”. Durante a história da humanidade, conquistas, descobertas, guerras e paixões foram tecidas por meio dos fios do relacionamento humano. Assim, a nossa natureza está sempre em busca dos contatos corretos para nossos empreendimentos – seja para constituir família, ou para alavancar negócios.

Networking de negócios é uma atividade socioeconômica em que grupos de pessoas com objetivos similares se reconhecem, criam ou agem em oportunidades de negócios. Portanto, a meta de fazer networking é criar uma rede social com interesses de negócios.

Apesar de networking não ser uma prática nova ou moderna, vivemos hoje uma era com possibilidades gigantescas de conexão, sem precedentes na história. Por outro lado, a proximidade digital entre as pessoas causa um falso senso de intimidade que, por muitas vezes, pode causar problemas ao invés de alavancar relacionamentos. Se bem utilizado, o networking na era digital é poderosíssimo para potencializar relacionamentos, mas se mal aplicado, tem o efeito contrário – afasta ao invés de atrair. A proliferação de plataformas de redes sociais combinadas com a facilidade de se encontrar pessoas no ambiente online, faz com que literalmente todos estejam ao nosso alcance para conectar. No entanto, ter uma pessoa a um clique de distância, não significa que você possa, ou deva, conversar com ela como se fossem amigos. Se você encontrar uma personalidade na rua ou em um evento, o fato de ela estar a um passo de distância, não significa que ela se tornou sua amiga. Você continua precisando iniciar o relacionamento devagar, passo a passo, de forma gradativa e aprofundando o relacionamento. Para qualquer relacionamento florescer é preciso encontrar um ponto de contato, algum interesse em comum e a forma certa de aproximação e desenvolvimento. O bom senso, a educação e a ética são a base e a essência de qualquer ação que envolva relacionamento humano. Por mais que tecnologia catalise as possibilidades de conexão, a arte do relacionamento continua dependendo das nossas habilidades humanas e não tecnológicas.

Dessa forma, fazendo uma reflexão sobre o networking na era digital, seguem algumas considerações:

1. Equilíbrio – Networking é bom, mas se você só faz isso, não tem tempo para mais nada, principalmente produzir e ter conteúdo para manter qualquer relacionamento de negócios.

2. Interesse Comum – É preciso ter objetivo e conteúdo antes de fazer networking. Se você não tiver algum interesse em comum com a outra pessoa, o relacionamento tende a morrer ao invés de florescer.

3. Quantidade vs Interatividade – Networking não é ter milhares de contatos nas redes sociais – é interagir com eles, estar presente em algum grau e de forma interessante na vida do outro. (nada adiantar marcar um café sem ter o que falar. Na hora certa, a conexão aparece (case Palestrarte)

4. A pessoa mais importante no networking é o OUTRO – Networking não é só falar e focar em você – networking é principalmente ouvir para CONECTAR. O vídeo a seguir ilustra isso:

 

5. Networking não é só online, é presencial também – Mostre a sua cara. Um abraço ainda não tem equivalente digital. O encontro pessoal é ESPECIAL – valorize isso. Presença online é importante, mas nada substitui um abraço pessoal.

6. Networking é respeitar o TIMING e os LIMITES de interesse do outro – Não adianta insistir quando o outro não está interessado no relacionamento. Se existir interesse mútuo, em algum grau, a proximidade cresce naturalmente.

7. Valorize o seu tempo – As estratégias de marketing de relacionamento focam na otimização do Life Time Value do consumidor/cliente, ou seja, investe-se mais em prospects e clientes que têm maiores possibilidades de dar lucro à empresa. O mesmo critério pode ser aplicado em networking de negócios: invista mais tempo nos contatos e relacionamentos com maiores possibilidades de negócios. Tempo é um recurso inelástico.

8. NUNCA peça recomendações a quem nunca trabalhou com você ou para quem te conheça pouco – Se você realmente admira e respeita alguém com quem trabalhou e gostaria que essa pessoa te recomendasse, recomende-a primeiro. Ela vai lembrar de você e isso é o suficiente para ela te recomendar, se ela QUISER.

9. Networking deve ser estratégico e não ao acaso – Networking não é fazer apenas conexões sociais, mas também planejar conexões propositais com pessoas que possam enriquecer a sua visão de mundo. As conexões sociais focam na busca do que gostamos, que nos reforça. As conexões propositais com pessoas de outras tribos, outros hábitos e habitats, fora do escopo do nosso negócios, abrem portas para novas ideias.

10. Cada pessoa é única, portanto customize o contato, não padronize – Não use texto padrão do LinkedIn para conectar com quem te conhece pouco. Se você usar um texto personalizado, a chance da pessoa se lembrar de você e te aceitar, é bem maior. Para pessoas que realmente te conhecem bem, o texto padrão é suficiente, apesar de um texto personalizado ser sempre mais simpático.

11. Cuide do seu conteúdo online: sua imagem, reputação, etc. – a melhor ferramenta de networking hoje, é isso: ter conteúdo bom e encontrável sobre você online! Hoje são feitas 1 bilhão de buscas por nomes todos os dias. Todo mundo tem acesso às suas informações, se elas existirem. Se você tem uma fraca (ou inexistente) presença online, ou pior, se você tiver uma presença online ruim, isso prejudica qualquer tentativa de relacionamento de negócios. Você será julgado pelo seu conteúdo online. Assim, a melhor maneira de encontrar quem interessa para fazer networking, é ser encontrado por eles 😉

Essas são apenas algumas reflexões sobre Networking de negócios, e seria impossível abordar todos os aspectos e derivações dessa arte de relacionamento em um texto. No entanto, lembrando que networking é “net” (rede) + “working” (trabalho), todas as regras e recomendações resumem-se às estratégias de relacionamento (bom senso, ética, educação) associadas a estratégias de negócios (foco e objetivo) – essas habilidades são essenciais, independente das tecnologias e variações dos ambientes de conexão.

Produtividade, lucratividade e rentabilidade: três conceitos, um só caminho!

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perfeitamente natural que nos dediquemos à busca de melhores caminhos para a lucratividade e rentabilidade de nossos negócios. Isso não tem nenhuma relação com ganância e sim com produtividade e uma clara noção de que como a vida não é só trabalho – todas as demais áreas da vida devem ser beneficiadas pelo tempo a ele dedicado.  Quando nosso trabalho oferece baixa produtividade, lucratividade e rentabilidade, estamos dedicando a ele, proporcionalmente, um tempo demasiadamente grande frente ao retorno que ele oferece as outras áreas da vida, ou seja, estamos “roubando tempo” de outras áreas extremamente significativas da vida.

 

Não devemos entender produtividade, lucratividade e rentabilidade apenas sob a ótica financeira, isso seria um equívoco. Empreendedores sociais dedicados a instituições sem fins lucrativos precisam tanto ou mais de produtividade, lucratividade e rentabilidade, embora não financeiras, quanto empresas com objetivos de mercado. Lembremos que existe o lucro social, a produtividade artística e a rentabilidade de recursos não financeiros!

 

Produtividade, Lucratividade e Rentabilidade: a diferença

 

 

Por produtividade devemos entender o resultado de nossos esforços em função do tempo. Produtividade = esforços/tempo.

 

Por lucratividade devemos entender o saldo da diferença entre os valores obtidos com a atividade (financeiros ou não) e todos os valores despendidos para realizar a atividade. Lucratividade = valores obtidos – valores despendidos.

 

Por rentabilidade devemos entender os resultados obtidos por determinada estratégia quando comparados aos resultados que poderíamos obter se utilizássemos outra estratégia disponível.

 

Assim, por exemplo, no exemplo financeiro, a lucratividade de uma venda é o resultado do valor obtido com a venda quando subtraídos todos os custos diretos e indiretos envolvidos na aquisição, armazenagem, comunicação, venda, entrega, etc. Já a rentabilidade é o resultado da comparação entre o retorno que obtivemos com esta atividade quando comparado a outras taxas de retorno que poderíamos obter aplicando o mesmo montante de capital em outra atividade lucrativa, aplicação financeira, etc.

 

Nos negócios

 

Quando estamos no mercado precisamos estar atentos às três dimensões, simultaneamente: produtividade, lucratividade e rentabilidade. Nosso objetivo é maximizar o resultado das três.

 

Uma empresa com baixa produtividade estará afetando sua lucratividade e rentabilidade. Não é o negócio ou o segmento que não estão bem, mas sim a administração do negócio que está enferma.

 

Uma empresa com alta produtividade e baixa lucratividade está com problemas na área de vendas, administração de custos e tributos.

 

E uma empresa com alta produtividade e alta lucratividade, mas baixa rentabilidade não está aproveitando bem as oportunidades de crescimento do negócio e as possibilidades de diversificação de estratégias e investimentos.

 

Otimizando os ganhos

 

Empresários sempre me perguntam: Hilsdorf como ganhar mais dinheiro com meu negócio?

 

As respostas são:

 

1) Pare de perder tanto dinheiro!

 

A baixa produtividade, uma administração deficiente de custos, o não-investimento em prioridades estratégicas, as perdas e todo o tipo de ineficácia, especialmente a das estratégias de atendimento e vendas, estão fazendo você perder muito, muito dinheiro.

 

2) Não confunda custo com investimento!

 

É frequente ouvir pequenos empresários dizendo, por exemplo, que comunicação e propaganda são custos, quando são investimentos fundamentais.

Só existe um tipo de propaganda que não dá resultado: a mal produzida, mal executada e mal veiculada.

 

O custo é um fim em si mesmo, o investimento é um meio para obter resultados positivos com retorno para o negócio.

 

3) Dedique-se a crescer!

 

Crescer não é uma opção, é o único caminho!

Você pode optar por ter um pequeno negócio, mas não um negócio pequeno…

É necessário olhar para o mercado e vislumbrar todas as imensas oportunidades que estão à nossa espera para o aprimoramento dos nossos negócios, produtividade, lucratividade e rentabilidade.

O cotidiano hipnotiza o empresário e o faz esquecer-se de ser empreendedor. Saia do cotidiano, visite outros negócios, outros segmentos, outros estados, outros países. Esteja atento para tudo aquilo que pode ser aproveitado em favor da evolução do seu negócio. Para crescer é preciso empenho e comprometimento, para desaparecer, basta ficar parado…

 

Na vida só temos duas opções: ou escrevemos nossa própria história ou teremos que nos contentar em ler a história que os outros vão escrever sem sequer nos consultar!

 

Não podemos escolher o que a vida coloca à nossa frente, mas podemos e devemos escolher o que vamos fazer deste ponto em diante. O que define um grande artista é a capacidade que ele possui de criar sua obra de arte, partindo da matéria prima que tem disponível naquele momento.

 

Não espere pelas condições ideais, elas não existem. Faça suas próprias condições, escreva sua própria história, a obra de arte é sua, a matéria prima é a do momento presente. Crie!

 

Estarei aqui sempre na torcida intensa e apoio ao seu sucesso e vitórias!

O que NÃO é empreendedorismo

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Eu vejo constantemente publicações, artigos, livros, textos, uma ampla miríade de conhecimento desenvolvido sobre o tema empreendedorismo, nas mais diversas áreas e mídias, algumas fidedignas, outras, nem tanto. A segmentação do assunto parece não ter fim: Empreendedorismo corporativo, empreendedorismo social, empreendedorismo em empresas familiares, empreendedorismo étnico, empreendedorismo de start-up, e assim por diante.

 

Diante de tantas explicações sobre o assunto, fica cada vez mais difícil saber o que realmente significa o termo ‘Empreendedorismo’. Eu mesmo me vejo, em algumas situações, com dúvidas cruéis sobre a legitimidade da presença de alguns termos nas definições que vejo, e o pior é que não consigo perceber nenhuma tendência de se chegar a um consenso em torno de uma definição única.

 

Assim, prefiro seguir o caminho contrário e procurar aqui definir o que eu NÃO considero empreendedorismo. Desta forma, posso dar espaço para que cada um construa sua própria definição, numa atitude mais democrática e mais condizente com o que o ensino do empreendedorismo deve ser: a construção do conhecimento ponderado pela união entre próprias convicções e informações externas, dando o máximo de liberdade de interpretação e contribuindo para ampliar ainda mais as distintas visões sobre o tema.

 

Empresários: Esta é a primeira e mais comum confusão que se criou nesta profusão de nomenclaturas. Muitas definições colocam empresários e empreendedores como sinônimos, quando, na verdade, o empreendedor é mais do que um empresário. Qualquer cidadão que abre um negócio é, a rigor, um empresário. Um empreendedor, por outro lado, vai além, constrói uma organização de sucesso com base em ousadia, determinação, criatividade, relacionamentos, realizações, auto-confiança, flexibilidade e visão. O empresário que não possui pelo menos metade destas características não pode ser considerado um empreendedor. Quem abre mais uma padaria ou posto de gasolina, sem ter vislumbrado uma oportunidade, sem ter construído uma sólida e factível visão do futuro ou se preparado para toda e qualquer vicissitude que encontrar no caminho, pode ser um empresário, mas dificilmente o consideraria um empreendedor.

 

Franquia: Ainda que seja possível ver um empreendedor conduzindo uma franquia, acredito que a franquia representa um tipo de modelo de negócio que afasta, ou deveria afastar, o verdadeiro empreendedor pelo simples motivo que uma franquia limita uma das coisas que o empreendedor mais preza: a liberdade. Com maior ou menor grau, todas as franquias oferecem como benefício aquilo que o empreendedor enxerga como restrição: Identidade visual, padronização de metodologia e processos, cadastro único de fornecedores, políticas de preços uniformes, infraestrutura centralizada, marca e imagem, além de outros elementos que, no conjunto, trazem a segurança de um modelo de negócios já testado e, provavelmente, com riscos bastante reduzidos. Um empreendedor pode até colocar a experiência de franqueado como uma etapa de seu processo de aprendizado, mas dificilmente vê uma franquia como seu objetivo final.

 

Herança: Empresas familiares podem ser de dois tipos: Aquelas originadas pelo empreendedor como fundador e aquelas que foram entregues já constituídas para as gerações seguintes. Posso afirmar com certa segurança que verdadeiros empreendedores se preocupam mais com a sustentabilidade do seu negócio no longo prazo do que a lucratividade por si só. Este fato já pode aumentar as chances de vermos sucessores empreendedores à frente de negócios de sucesso criados por uma ou mais gerações anteriores. Empreendedores formam (ou melhor, ‘forjam’) empreendedores para dar continuidade aos seus negócios, mesmo que estes não sejam seus sucessores diretos, ou sequer familiares. Entretanto, ainda é grande o número de herdeiros que se dizem empreendedores sem saber que não detém as qualificações que colocaram o fundador à frente do processo de criação e desenvolvimento da organização que assumiu.

 

Líderes: Também existe uma grande confusão em torno das definições de empreendedores como líderes. Líderes são diferentes de empreendedores. Alguns tipos de empreendedores podem ser influentes, cativantes, capazes de mobilizar pessoas em torno de causas comuns, viabilizar grandes realizações através de equipes, compreender e explorar o que existe de melhor de cada pessoa. Mas isso, por si só, não faz de um líder um empreendedor. Um líder não necessariamente é dotado de alta flexibilidade e adaptabilidade, embora saiba praticar o modelo de gestão participativo. Um líder não é necessariamente perseverante e determinado, embora saiba construir e transmitir visões positivas do futuro que influenciam seguidores mais do que a si mesmo. Um líder também não costuma colocar ‘a mão na massa’, ao conduzir projetos. Embora costume atuar mais como um facilitador para deixar as pessoas mais livres, prefere ser o maestro e reger os esforços da equipe, do que sujar as próprias mãos.

 

Inovadores: O economista Joseph Schumpeter foi um dos mais proeminentes estudiosos do empreendedorismo. Sua linha de estudos vincula a figura do empreendedor à do inovador. A maior parte dos estudos acadêmicos no Brasil também segue por esta linha. Antes de prosseguir na argumentação, é importante diferenciar uma idéia de uma inovação. Uma idéia é qualquer manifestação do pensamento criativo, enquanto uma inovação é o resultado do processo evolutivo de uma idéia em termos de valor agregado. Uma inovação é, portanto, uma idéia que serve para alguém ou alguma coisa. Isso posto, fica estabelecido o ponto de intersecção entre o inovador e o empreendedor. Toda iniciativa do empreendedor está cercada por algum grau de inovação. Não precisa ser um novo produto ou serviço, pode ser uma simples mudança ou melhoria num processo. Se ninguém havia pensado naquilo, então é uma inovação. O empreendedor é aquele que coloca a inovação em prática, realiza-a e gera resultados perceptíveis. Pessoas que são boas em gerar inovação, como cientistas e pesquisadores, não necessariamente são empreendedores. O empreendedor transforma a inovação em negócio.

E então, você já tem elementos suficientes para escrever sua própria definição de empreendedor ou empreendedorismo?

As dificuldades do empreendedor interno

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Uma vez assisti a uma palestra promovida pela Babson College, uma das principais escolas de empreendedorismo do mundo, com campus em Massachussets, EUA. O Prof. Dr. Julian Lange, brindou a audiência com mais de uma hora de ensinamentos sobre este tema nascente que é o empreendedorismo corporativo, cujos pontos mais relevantes relato a seguir:

 

Existe uma idéia, equivocada, que quando um funcionário tem uma boa idéia de negócio, a empresa banca a idéia e assume os riscos inerentes ao empreendimento. Na verdade, o empreendedor corporativo também tem que correr riscos. Apesar de estar, aparentemente, ‘protegido’ pela estrutura corporativa, ele não pode se dar ao luxo de errar só porque não são seus bens que estão em jogo. Normalmente, as empresas entram com recursos financeiros e proporciona a estrutura para atender as necessidades do projeto. Mas é exigido do empreendedor uma certa dose de dedicação além das responsabilidades do cargo e além dos limites de horário e local de trabalho. O empreendedor investe o seu conhecimento e o seu tempo nestes projetos. Quanto maior o comprometimento que ele demonstra, maior é a credibilidade sobre o seu projeto e maior é a contrapartida de envolvimento da empresa.

 

Quando a empresa entra com capital para bancar uma idéia de um funcionário ela assume o papel de investidor interno. A diferença básica entre o investidor interno e o investidor externo é que, enquanto o investidor externo se concentra nos resultados financeiros do seu investimento, a empresa como investidora preocupa-se, além do resultado financeiro, com a imagem, perspectivas de crescimento, alinhamento com a estratégia, o clima interno, interesses dos stakeholders, impacto social na comunidade, alavancagem de outros produtos ou serviços e competitividade, o que faz com que o processo que aprova novas idéias leve em consideração diversos critérios que são analisados em conjunto, o que Lange chama de as 4 âncoras dos grandes empreendimentos:

 

1. O projeto vai gerar algum valor perceptível para o cliente?
2. Os resultados ajudam a resolver um problema significativo?
3. Há mercado e margem de lucratividade para o produto ou serviço proposto?

4. Os objetivos do projeto estão alinhados com as expectativas dos gestores e da organização?

 

Outra peculiaridade levantada por Lange é que um empreendedor individual, quando vai vender sua idéia, pode ouvir 99 ‘não’ até chegar a um ‘sim’. Já o empreendedor corporativo pode ver sua idéia naufragar no primeiro ‘não’ que ouvir, mesmo após 99 ‘sim’. Isso acontece porque a característica de uma venda interna é diferente de uma venda externa. Dentro da organização espera-se uma unanimidade em torno de uma proposta, a cultura de segurança que impera dentro da organização faz com que seja mais fácil rejeitar uma idéia do que aprová-la. Como se isso não bastasse, Lange aponta ainda vários outros motivos pelos quais as idéias que surgem dentro de uma empresa acabem não se tornando realidades:

 

Em primeiro lugar, o processo criativo é randômico, aleatório, difuso e não é compatível com o modelo estruturado pelo formalismo das normas, procedimentos, regras e limitações que permeiam a organização. Em segundo lugar, os projetos baseados na criatividade e inovação são mutáveis, não possuem uma forma definitiva, estão em constante evolução e mutação e esta falta de discernimento claro dos limites a que o projeto deve ser ‘enquadrado’ gera nas pessoas o mesmo desconforto que lidar com uma fera indomada. Além disso, o advento de novas idéias mexe com o status quo, tira as pessoas da zona de conforto, provoca novas reações, pensamentos, opiniões, e os seres humanos, salvo exceções, não gostam de mudanças porque junto com as mudanças vem a incerteza e por isso surgem, até involuntariamente, as barreiras, empecilhos e dificuldades.

 

Os gerentes, por sua vez, também têm motivos para não apoiar os empreendimentos individuais:
• Mesmo que não queira, o empreendedor possui um brilho próprio, por suas próprias características, que ofusca o gerente. Quanto maior for a diferença em termos de níveis hierárquicos entre o empreendedor e o gerente, maior é este sentimento de inferioridade e insegurança do gerente.
• O empreendedor assume, com a empresa, riscos sobre o projeto, o gerente fica no meio do caminho, sem poder assumir riscos, nem paternidade, nem as glórias eventuais do projeto. Por isso, ele não quer se envolver, não quer assumir as responsabilidades inerentes ao cargo e nível de supervisão que ele exerce sobre o empreendedor.
• O gerente perde poder com o empreendedor. Adquirir o status de empreendedor é ter as portas abertas mais facilmente o que acarreta num nível de independência com relação ao chefe que o leva novamente a sentimentos de insegurança e inveja.
• Prioridades departamentais, de responsabilidade do empreendedor, são relegadas a segundo plano, comprometendo os objetivos corporativos do gerente.
• O gerente tem, invariavelmente, dificuldade em lidar com falhas e erros de seus subordinados, pois no final, a responsabilidade pelas falhas acaba sendo sua. Isso o torna mais intolerante com seus funcionários empreendedores.

• As relações hierárquicas ficam comprometidas. O empreendedor tem compromisso dividido entre o seu projeto e o seu chefe, o que gera alguns conflitos difíceis de serem controlados pelo gerente.

 

Com tudo isso Lange desmistifica a idéia que ser empreendedor interno é mais fácil do que ser empreendedor individual. Só mudam os tipos de dificuldades e barreiras, mas já deu para perceber que ser empreendedor dentro da empresa também não é fácil.

Marketing de Serviço: Consulta médica marcada para 2035

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O paciente entra no consultório: “Boa tarde, tudo bem? Gostaria de marcar uma consulta com o Dr. Juvenal – Cardiologista”.
A atendente: “Para quando senhor!?”.
O paciente: “Estou com umas dores no peito e gostaria de verificar se existe uma vaga para próxima semana”.
A atendente: “Qual o convênio, senhor”.
O paciente: UNIMED!.
A atendente: “Senhor, deixe-me verificar – olha… para UNIMED.. UNIMED…só mais um momento… só vamos ter disponibilidade em Janeiro de 2035”.
O paciente: “Como assim para 2035!?”.

A atendente: “Sim, senhor essa é a disponibilidade do médico. Próximoooooooooooooo! O senhor é particular, sente ali que o médico já já vai atendê-lo.”.

* Esse colunista é cliente da UNIMED e já vivenciou momentos semelhantes ao ilustrado – morosidade ou impossibilidade para aprovação de procedimentos médicos e negação de cobertura ou reembolso; Para o atendimento nos consultórios médicos é uma raridade encontrarmos atendentes dispostos a manter um relacionamento respeitoso com os consumidores – geralmente essas pessoas são mal humoradas, sem sorriso e despreparadas.

Todos os usuários de planos e seguros saúde no Brasil estão vivendo momentos de angústias. É visível o descaso dessas empresas com os médicos, clientes e todos os outros interessados. Os médicos estão sendo tratados de forma aviltada – com pagamento de valores insignificantes por consultas e procedimentos cirúrgicos descaracterizando uma relação digna entre o profissional e o serviço prestado. Dentro desse cenário não adianta a Agência Nacional de Saúde aplicar normas estimulando as operadoras de planos de saúde a promover o credenciamento de prestadores de serviços, inclusive médicos, que fazem parte de área de cobertura acordada com os clientes – tentando assim garantir que o beneficiário tenha acesso a pelo menos um prestador de serviços da especialidade que necessita, em tempo determinado. As medidas da ANS não minimiza a relação entre paciente-médico.

Os contratos entregues por estas empresas para seus clientes e médicos são extensos e carregam uma relação unilateral – mesmo com a clareza da lei, as operadoras são conhecidas pelas práticas irresponsáveis e que agridem a relação de consumo, fato comprovado em vários tribunais do país, noticiário e relatos de beneficiários. Outro grande abuso é a transferência da responsabilidade única e exclusiva para os médicos. Alguns médicos são ameaçados de descredenciamento pelas operadoras, o que reduz a competição no setor e leva a negociações mais favoráveis aos planos de saúde. O consumidor é um dos agentes mais lesados porque os médicos se descredenciam das operadoras e ele acaba pagando consultas e outros procedimentos no modelo particular – duplicando assim as despesas com saúde. Atualmente os planos e seguros de saúde não estão preocupados com a qualidade de vida dos seus beneficiários.

O atendimento é precário, os processos de ressarcimento dos serviços são morosos ou não acontecem e a lista de médicos cooperados cada vez mais diminui. A intenção estratégica dessas empresas não condiz com a entrega do serviço e relação verdadeira com seus stakeholders. Segundo Gallo (1996), a cultura de uma organização é resultado de sua história e da interação entre seus membros. Cabe às organizações de planos e seguros de saúde manter um relacionamento adequado com os diferentes grupos de stakeholders. Distintos aspectos devem ser considerados para identificar o grau de atendimento que deverá ser direcionado aos diversos interesses. Diversos autores, entre eles Wood (1990), Weiss (1998) e Frooman (1999), referem-se à definição de stakeholders, sugerida por Freeman (1984) que é amplamente utilizada: “stakeholders são indivíduos ou grupos que podem influenciar ou serem influenciados pelas ações, decisões, políticas, práticas ou objetivos da organização”. A ideia central da abordagem de stakeholders é que o sucesso das organizações depende da forma como gerenciam as relações com os grupos (clientes, fornecedores, comunidades, investidores e outros) que podem afetar a realização de seus objetivo.

Marketing de Serviço
O serviço, por ser intangível, tem de ser experimentado pelo cliente para que ele o conheça. No caso dos planos de saúde a tangibilização/experimentação do serviço passa a ser dolorosa – devido às dificuldades para marcação de consultas/exames, morosidade ou impossibilidade para aprovação de procedimentos médicos, negativa de cobertura ou reembolso, alterações na rede credenciada sem aviso prévio, desrespeitos com idosos e outros clientes-alvos e ausência de uma relação verdadeira com os médicos. As ações de pós-venda é essencial e têm um efeito significativo na fidelização dos clientes.

Berry e Parasuraman (1995) enfatizam que os serviços têm que ser precisos e bem feitos da primeira vez para conquistar a fidelidade do cliente. A confiabilidade é a capacidade de prestar o serviço prometido de modo confiável e com precisão, é o coração do marketing de serviços. Além da confiabilidade, há mais quatro dimensões que determinam a qualidade do serviço na percepção do cliente: 1) a tangibilidade representada pela aparência física de instalações, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação; 2) a sensibilidade , marcada pela disposição dos atendentes em ajudar o cliente e proporcionar com presteza o serviço; 3) a segurança adquirida pelo conhecimento e pela cortesia de empregados e 4) a empatia percebida pela atenção e o carinho individualizados proporcionados aos clientes. Para atacar as dificuldades peculiares dos serviços e evitar falhas é preciso desenvolver diversas atividades, divididas em três grandes categorias: 1) propiciar a liderança do serviço; 2) testar e retestar inteiramente o serviço; e 3) alimentar uma infra-estrutura organizacional para o serviço sem erro.

Para Porter (2006), os consumidores, na condição de clientes de planos de saúde e pacientes, deveriam ser os beneficiários finais do valor entregue pelo sistema. Os esforços de vendas e marketing dos fornecedores de saúde são muito mais focados em volume do que em valor para o paciente. Médicos que atendem através de planos de saúde – carregam cada vez mais um serviço focado em atendimentos rápidos, sem uma análise clínica detalhada e com baixa qualidade.

Portanto, os planos de saúde no Brasil continuam praticando um desserviço. Os consumidores necessitam de planos que aceitem responsabilidade pela sua saúde como um todo e assuma uma perspectiva de longo prazo em relação às escolhas de prestadores e tratamentos. Um relacionamento de longo prazo entre o plano e seus membros fomenta esse alinhamento de interesses. Ficamos à mercê de um sistema de serviço de saúde público e privado doloroso e mortal.

BERRY, L.L. & PARASURAMAN A. Serviços de Marketing: competindo pela qualidade. São Paulo: Maltese, 1995.
FROOMAN, Jeff. Stakeholder influence strategies. Academy of Management Review. v.24, n.2, p. 191-205, 1999. WEISS, Joseph W. Business Ethics: a Stakeholder and Issues Management Approach. 2ª. ed. Forth Worth, Texas: Dryden Press, 1998.
FREEMAN, R. Edward; PHILIPS, Robert A. Stakeholder theory: a libertarian defense. Business Ethics Quaterly, v. 12, n. 3, p. 331-349, 2002.
GALLO, Edmundo, VAITSMAN, Jeni, CAMPOS, Antonio C. Gestão Inovadora e Cultura Organizacional. COSTA, N.R. E RIBEIRO. J.M. (org). Política de Saúde e Inovação Institucional. Rio de Janeiro, ENSP/FIOCRUZ, 1996.
PORTER, M. E; TEISBERG, E. O. Repensando a saúde: estratégias para melhorar a qualidade e reduzir os custos. São Paulo: Artmed, Bookman, 2006
WOOD, Donna J. Business and Society. Pittsburgh: Harper Collins, 1990.

A Economia da Experiência

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A margem de lucro que se pode obter na produção e venda de qualquer produto e serviço não depende somente da qualidade e dos custos envolvidos na sua fabricação e comercialização, mas do quanto de valor conseguimos agregar aos produtos e serviços e oferecer aos nossos clientes finais, lembrando sempre que é o valor efetivamente percebido pelo cliente que conta.  Ficar preso à competição via preço é muito perigoso e acaba sendo ruim para todos, diminuindo cada vez mais as margens de lucro no segmento e prejudicando a saúde financeira dos negócios.  Vamos observar como cresce a margem de lucro, à medida que agregamos valor, neste exemplo envolvendo “compra de café”:

 

1) Eu posso comprar café em grão direto do produtor. Neste caso, estarei comprando uma commoditie e o preço é definido pelos brokers (corretores) na Bolsa de Mercadorias & Futuros. A saca de café (do mesmo tipo e qualidade) do produtor A será vendida pelo mesmo preço da do produtor B em um mesmo momento do mercado.

 

2) Eu posso comprar o café industrializado, moído, solúvel, granulado, em pó ou instantâneo, como produto em um supermercado. Eu pago muito mais caro, proporcionalmente, por este produto industrializado do que quando compro café como commoditie. Por quê? Porque o processo de industrialização agregou valor e, ao fazer isso, aumentou a margem de lucro.

 

3) Eu posso comprar café em uma cafeteria ou confeitaria e, neste caso, estou comprando o serviço deste café ter sido preparado e servido para mim. Neste caso, o café custará proporcionalmente mais caro do que quando o compro como produto. Esta empresa agregou valor através do serviço de prepará-lo e servi-lo.

 

4) Eu posso comprar café em uma cafeteria onde existam diferenciais no preparo, um serviço de atendimento superior e uma atmosfera envolvente e memorável. Neste caso, eu estarei comprando uma experiência!

 

Se você pensar que um Cappuccino na Praça de São Marcos, em Veneza, custa em média quinze dólares (quase trinta reais), você perceberá que a margem de lucro aumentou exponencialmente. Você não compra o cappuccino, compra a experiência de tomar cappuccino em Veneza. É o mesmo que ocorre se você comer fondue em Gramado, no inverno, em um aconchegante restaurante no estilo alemão. Você não está comprando e pagando apenas pelo fondue, mas pelo ambiente, pelo serviço, pela experiência de comer fondue em Gramado no inverno, em um ambiente de atmosfera tão especial.  Em todos os segmentos da economia podemos vender qualquer “mercadoria” como commoditie, produto, serviço ou experiência. Tudo depende do seu posicionamento. O mesmo café cappuccino em duas cafeterias diferentes na mesma cidade e até na mesma rua podem apresentar uma diferença de mais de cem por cento no seu preço final. As pessoas não compram sempre apenas o café. Compram o conjunto de benefícios, diferenciais e experiências que compõem comprar este café da sua empresa e não de outra! Seu café deve tornar-se “único”!

 

Quando você encanta seus clientes e agrega mais valor a seus produtos e serviços está garantindo que poderá escapar da prejudicial guerra de preços, vendendo valor.  Se seu único diferencial é preço, então você não tem diferencial nenhum!

 

Claro que na maioria dos casos, agregar mais valor aumenta seus custos, mas lembre-se, a margem de lucro aumenta de maneira mais que proporcional, por isso, vale a pena. Além disso, em muitos casos, para agregar mais valor, melhorando a qualidade do serviço e da experiência, você precisa investir muito mais consciência e atitude que dinheiro.  O grande segredo é oferecer aos seus clientes uma maior percepção de valor, oferecer o maior valor pelo melhor (não menor) preço. Hoje, você não precisa praticar preços minúsculos, precisa oferecer mais valor que a concorrência pelo mesmo preço e, se quiser margens maiores, ofereça uma experiência, um conceito e um posicionamento tão especiais que o cliente tenha orgulho de pagar mais para fazer negócios especificamente com você!

 

Prepare-se para vencer; assim agem os empreendedores. Descubra como agregar mais valor e encantar seus clientes. Tudo pode ser transformado em um acontecimento, em um evento, em uma experiência!

Marketing e Neurociência

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Se existem algumas áreas do conhecimento que devem, por obrigação e vocação conceitual, estar abertas e atentas a todas as outras áreas; marketing está, seguramente, entre elas!  Portanto, Neurociência é do interesse do Marketing. No entanto, ocorre com a primeira o mesmo que ocorreu com a Física Quântica. Há muitos oportunistas de plantão criando pseudoteorias e produtos duvidosos com base em sofismas sobre suas “descobertas”.  No caso da neurociência, isso vem tomando uma proporção muito maior do que a que se verificou com a Física Quântica (embora tenhamos a sensação de que tenha se tentado explicar quase tudo com base em supostas premissas da Física Quântica…).

 

Dentro deste cenário, precisamos utilizar nosso senso crítico para separar ciência e ficção, novas descobertas da validação de antigas descobertas e, suas relações com a esfera do marketing e dos negócios.  Recentemente, vi uma professora universitária (portanto com a chancela acadêmica e, no caso, de uma das maiores universidades do país) dizendo que a neurociência tinha realizado uma fantástica descoberta:

 

“O cérebro não diferencia um fato realmente ocorrido de outro que tenha sido detalhadamente imaginado!”

Bom, isso não é uma nova descoberta e não se deve à atualíssima neurociência; trata-se de uma validação laboratorial de uma antiga descoberta da Psicologia. William James (1842-1910) já afirmava isso no século 19!  A única coisa que a pesquisa mais recente acrescentou foi a possibilidade de verificar laboratorialmente (graças aos exames de imagens do cérebro em tempo real) o que empiricamente já estava demonstrado dois séculos atrás!

 

A mesma coisa se aplica aos mecanismos de recompensa do cérebro, já amplamente abordados e esmiuçados pela Psicologia; mecanismos estes muito importantes na esfera de desenvolvimento de produtos, promoção, merchandising e propaganda em geral, entre outras áreas afins.  Claro que devemos estar abertos e atentos às reais descobertas e validações da neurociência, de onde devemos esperar importantes contribuições para todas as áreas do conhecimento, inclusive para o Marketing. No entanto, é preciso tomar muito cuidado com a proposta de um Neuromarketing que por muitos é apresentado como uma panacéia que mais o aproxima dos embustes de uma Neurolinguística de massa, que das reais contribuições apresentadas por verdadeiros cientistas (em reduzido número) envolvidos com pesquisas sérias sobre o tema.

 

Da mesma forma que uma investigação séria sobre neurolinguística não pode prescindir do estudo de Noam Chomsky (começar em Anthony Robbins, Grinder e Bandler é um equívoco), é mais conveniente ao interessado em Marketing ampliar seus conhecimentos de antropologia e psicologia antes de ficar fascinado por neurociência. É preciso saber discernir o que de fato é uma nova descoberta daquilo que é validação de coisas que já sabíamos e de “lendas urbanas de marketing”, tão ao gosto de uma sociedade de “consumo intelectual” submetida à hiperinformação.

 

Neuromarketing é um estudo viável, interessante, mas ainda recém nascido, onde há muito mais dúvidas que certezas. Cruzar informações de Psicologia do Consumo, Antropologia com as descobertas concretas da atual neurociência é o caminho para aqueles que realmente queiram basear suas carreiras em bases sólidas de conhecimento e não em “amuletos e talismãs”!

Empregado ou empresário? Que tal os dois?

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Empreendedorismo. Eis aqui um exemplo de palavra que muita gente acha que sabe o que significa; Abrir um negócio próprio. No entanto, eu gostaria de propor uma abordagem um pouco mais ampla sobre esta definição.  Todos os dias vemos novos negócios pipocando pela cidade. Igualmente, todos os dias vemos empresas fechando na cidade. Esta é a dura realidade. Para cada 100 novas empresas abertas, 56 não chegam a completar sequer 3 anos de vida, segundo estudo da SEBRAE. Esta alta taxa de mortalidade se deve à má preparação dos tais ‘empreendedores’. A maioria tem até boas idéias, mas não sabe estruturá-las na forma de um plano abrangente, real e eficaz. Outros são bons geradores de idéias mas péssimos administradores. Há ainda os que tem tudo para conduzir um bom negócio, mas carecem dos recursos financeiros para tal empreitada. Somente quem se aventura a iniciar um negócio próprio tem idéia das dificuldades que surgem no caminho. Problemas com sócios, de relacionamento, financeiros, de inadimplência, de decisões erradas por falta de informação e preparo, etc.

 

As dificuldades em ter um negócio próprio nem sempre justificam os benefícios como realizar um sonho, conquistar a independência financeira ou ter mais tempo para o lazer e a família. Muitos empreendedores acabam se arrependendo depois de uma tentativa sem sucesso e voltam para o modelo tradicional de emprego com carteira assinada, na busca de uma maior segurança.   Chegar ao sucesso sendo empresário é hoje tão difícil quanto chegar ao topo das organizações.

 

A maioria das pessoas tem a ilusão de que há mais chances de ser um empresário de sucesso porque acreditam que é um caminho que só depende de sua competência. Em primeiro lugar, esta competência é questionável, uma vez que as habilidades exigidas de um empresário são diferentes das habilidades exigidas em uma função específica no trabalho. A pessoa só vai saber se é competente como empresário quando passar pela experiência. Em segundo lugar, a dependência de outras pessoas aumenta ao invés de diminuir, pois ele passa a depender de clientes, fornecedores, funcionários, governo, contador, advogado, etc.

 

O funcionário também tem dificuldades para fazer bem o seu trabalho. Freqüentemente se vê limitado em muitas situações no exercício de sua função. Ele nem sempre pode implementar suas idéias pois se vê podado nas suas iniciativas. Quando se sobressai parece ameaçar outras pessoas, principalmente o próprio chefe. Na falta de liberdade, este tipo de funcionário acaba saindo da empresa para constituir seu próprio negócio. Por outro lado, comparado com a aventura de ter um negócio próprio, ele tem muitas vantagens: Tem um salário fixo e garantido todo mês, além dos benefícios; pode usar a estrutura da empresa para tocar seus projetos, que inclui máquinas, equipamentos, pessoas e conhecimento; atua num ambiente mais controlável e conhecido.  Diante das vantagens e desvantagens de ser funcionário ou empresário a pergunta que faço é: Qual é a melhor opção de carreira? Empresário ou empregado? Embora cada alternativa tenha suas vantagens, nenhuma delas parece ser ideal, pois ambas têm suas restrições e problemas.

 

E porque não pensar numa alternativa híbrida? Um misto das duas? Não estou querendo dizer que você pode tocar um negócio próprio mantendo o emprego. O que eu digo é: ser empreendedor no seu próprio trabalho. As oportunidades para aproveitar o melhor dos dois mundos estão crescendo em empresas inseridas em mercados competitivos. Abra o caderno de empregos e você constatará o que estou falando. Veja quantos anúncios de emprego pedem candidatos com ‘perfil empreendedor’. Talvez agora faça sentido eu dar minha própria definição de empreendedorismo: Tomar a iniciativa de conduzir um empreendimento qualquer, seja uma empresa, um negócio ou um projeto, assumindo os riscos inerentes em troca de alguma forma de recompensa. O empreendedor, sob este aspecto, pode estar em qualquer lugar, em casa, na escola, no trabalho. A partir do momento que ele decide transformar uma idéia em realidade ele já pode ser considerado empreendedor.  Com isso, entendemos que mesmo em grandes organizações tradicionais há espaço para funcionários com espírito empreendedor. Que chamam para si a responsabilidade de realizar ações de valor agregado para a organização, motivado pela satisfação pelos resultados, pelo reconhecimento ou pelo simples desafio que lhe é imposto.

 

Um dos mais conhecidos intra-empreendedores conhecidos é Art Fry, criador, pela 3M, dos hoje indispensáveis bloquinhos auto-adesivos conhecidos como Post-it. Uma vez fizeram a seguinte pergunta para ele:

‘Porque você, com este talento criativo, suas competências e conhecimento, não saiu da 3M para abrir o seu próprio negócio?’ E ele respondeu: ‘Para quê? Aqui tenho uma equipe de engenheiros e técnicos à minha disposição para testar minhas idéias, tenho toda a infraestrutura necessária para conduzir meus projetos. Porque eu sairia deste ambiente para me aventurar no mundo lá fora? ‘E você? Se você pensa em ter um negócio próprio, o que o levaria a sair da sua empresa para correr estes riscos? Por dinheiro? Pela realização? Pela liberdade? E se a sua empresa lhe oferecesse um pouco de tudo isso, correndo menos riscos? Você continuaria na empresa ou sairia mesmo assim?

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