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A reveladora jornada por sua história de vida

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Esta manhã fui conversar com alguns alunos do ensino médio que fazem parte do projeto Starfish em Indianapolis. A Starfish é uma organização sem fins lucrativos que ajuda jovens em desvantagens econômicas a irem para a universidade e perseguirem sucesso profissional. A conversa, informal, com uns 20 jovens, foi sobre a carreira empreendedora e foi muito reveladora, pois a conversa acabou me levando a perceber algumas coisas que não havia me dado conta antes.
Por exemplo, um dos indicadores que a UIndy mais valoriza é o número de novos alunos da graduação que são os primeiros de suas famílias a ir para a Faculdade. Aparentemente é uma conquista muito importante, uma vez que, para a família, é um sinal de que seu filho pode sonhar com uma carreira ao invés de apenas ter um emprego. O que eu nunca tinha me dado conta é que eu também sou o primeiro da minha família a ir para a Faculdade e apenas conversando com alunos eu entendi a importância deste fato.
Uma das perguntas que me fizeram foi como eu comecei a pensar de forma diferente sobre minhas perspectivas de carreira a ponto de achar que universidade seria um caminho possível para mim. Embora para mim, ir para a Faculdade sempre foi um plano, resgatando minhas lembranças, me dei conta que, o normal era arrumar um emprego e sobreviver dele, esta era a perspectiva de vida entre jovens da minha idade, no bairro em que eu vivi.

Acredito que devo a meus pais esta visão de possibilidades mais ambiciosas, eles sempre me incentivaram a me preparar para a Faculdade, seja por meio do estudo, independentemente de estar em uma escola pública, seja por meio da poupança. Desde que comecei a trabalhar, com 14 anos (naquela época podia) tudo o que eu ganhava era para guardar para uma eventual Faculdade. Ao contrário de meus amigos que também trabalhavam, meus pais queriam que eu guardasse o dinheiro para a Faculdade ao invés de ajudar nas despesas da casa. Era uma vida frugal, simples, mas suficiente para o que precisávamos.
Bem, no final, acabei indo muito além de ter um diploma. Provavelmente eu devo ter tido outros incentivos que me empurraram para frente, antes mesmo de aprender sobre empreendedorismo (isto só aconteceu em 2001 quando fui exposto ao ambiente empreendedor na competição de planos de negócios organizada pela Universidade do Texas). Ainda aproveitando o embalo da curiosidade dos jovens sobre minha trajetória, acabei me lembrando de um marco importante na minha carreira. Minha demissão da Cargill, com 31 anos de idade, 13 anos de empresa, e uma esposa grávida de nossa primeira filha. Foi minha primeira demissão.
Não preciso dizer que o mundo caiu para mim. Minhas certezas, minha autoconfiança, minhas crenças, minha autoimagem e meu orgulho. Em retrospectiva, acho que foi uma das coisas mais importantes que aconteceram na minha vida. A vida às vezes nos dá um chacoalhão para sairmos do marasmo da rotina da nossa vida, pessoal e profissional, para nos despertar para coisas que não estávamos percebendo. Uma demissão, por mais dolorosa que seja, é necessária. Foi a época em que mais aprendi sobre mim mesmo, em que mais refleti sobre o futuro e que realmente me dei conta de que não existe nada assegurado na vida, tudo é transitório e se você não tiver a coragem de ter a iniciativa de mudar, alguém mudará por você, o que é bem pior.

Também falei sobre a decisão de deixar uma carreira promissora em uma multinacional para me dedicar à minha primeira startup, falei sobre quebrar os paradigmas da educação superior porque você acredita que pode fazer mudanças significativas e a coragem de mudar de vida aos 53 anos de idade para um país diferente e com cultura diferente, recomeçando a vida ao abandonar a segurança de uma vida estável, mas congelada, por outra, incerta, mas cheia de possibilidades.
Você deve se perguntar se é preciso um grupo de alunos te fazendo perguntas para começar este tipo de reflexão sobre sua própria vida ou se existe um jeito mais simples de realizar este processo de autodescoberta. Na Polifonia, temos uma atividade muito interessante de autoconhecimento, conhecido como Golden Spiral. Em um amplo espaço aberto, espalhamos pelo piso um número de placas numeradas de 1 a 50, em formato de espiral, iniciando do número 1 no centro da espiral. Cada participante, em ordem sequencial, começa sua jornada na Golden Spiral se posicionando sobre a placa nr. 1 e tentando lembrar de tudo o que puder sobre o seu primeiro ano de vida, em silêncio. Depois passa para a placa 2 e tenta lembrar de tudo de relevância com 2 anos de idade, e assim por diante, até chegar na sua idade atual. Um por um, todos os participantes repetem o processo.
É comum, ao observar os participantes revendo suas jornadas, começarem a rir sozinhos ou a chorar do nada. Na segunda rodada, eles voltam à espiral no ano em que algo relevante aconteceu na vida deles e se reúnem em pequenos grupos para discutir suas lembranças, enfatizando as melhores e as piores memórias e como elas podem ter influenciado as decisões que tomaram na vida que as conduziram até onde estão hoje. O curioso é que sabemos de tudo isso, mas quando resgatamos isso de forma consciente e as compartilhamos, seja neste exercício de autorreflexão ou em outro qualquer, é que percebemos o quando crescemos e evoluímos, e não necessariamente por causa de estímulos positivos, mas por meio de duras lições.

Faça você mesmo esta experiência. Uma forma bastante agradável de fazer isso é revendo fotos antigas dos amigos e da família. Faça isso em silêncio, quando estiver sozinho e tranquilo. Não meça o tempo, fique o tempo que for necessário, tente imergir dentro de suas memórias e faça perguntas a si mesmo sobre suas lembranças: Porque tal evento aconteceu? Como foi sua reação? Como poderia ter sido diferente? Como o fato pode ter influenciado o que você acredita e defende hoje? Redescobrir isso agora muda algo em você? E assim por diante.
Muitas respostas sobre quem somos e porque somos assim, vem do nosso passado, das nossas experiências e nem todas você tem orgulho, mas todas foram válidas pois fizeram de você quem é você hoje. Não podemos mudar o passado, mas aprender mais sobre você olhando para trás te ajuda a olhar para frente de uma forma mais otimista e mais segura.

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Marketing: Para não falhar na lição de casa

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Todas as empresas e empreendedores individuais encontram-se imersos em milhares de interações de natureza tecnológica e comportamental que definem o cenário onde terão que estabelecer sua rota estratégica e ações táticas.

Muito embora o mundo se torne mais complexo a cada instante: novos canais surjam, estilos de comunicação sofram profundas alterações e haja uma progressiva mutação no modo como o mercado decide satisfazer suas necessidades (básicas e complementares), algumas coisas continuam válidas:

1) Mesmo possuindo excelente feeling e intuição, em mercados mais complexos, o grau de racionalidade é demanda crescente e condição sine qua non de sustentabilidade de todo e qualquer negócio;
2) Tornar a complexidade do ambiente de negócios suficientemente navegável é papel da gestão e do planejamento, em especial da elaboração de um bom plano de negócios; e,
3) Pensar no curto, médio e longo prazos, logo de saída tornou-se uma necessidade, o que pressupõe um plano de marketing estratégico e outro tático.

Ou seja, a seguinte lista de conceitos/ações continua indispensável:

a. Definição da missão, visão e valores
b. Análise de impacto financeiro
c. Análise SWOT
d. Análise de risco
e. Análise de Portfólio
f. Objetivos de Marketing (ênfase em posicionamento)
g. Plano de negócios
h. Estratégias de Marketing
i. Gestão de capitais intangíveis, recursos e budget
j. Plano de Contingências

Claro que muitas novas nuances definem o momento atual do mercado; quando pensamos em sucesso no longo prazo, muitas vezes não estamos pensando em empresas centenárias como no passado, ou empresas cujo core competence não sofra alterações significativas, mas estamos pensando em empresas que poderão ser negociadas no futuro com excelente valor de mercado para todos os seus stakeholders (sejam dois sócios e alguns funcionários e parceiros em um pequeno negócio, ou uma enorme rede de investidores e fundos em grandes corporações). Longevidade passa a ser medida não somente em tempo, mas em capacidade futura de monetização de ativos e esforços de marketing demandados até então. Lembremos que algumas companhias serão compradas por outras maiores para serem incorporadas; outras, simplesmente para serem fechadas.

Para que nosso empreendimento e carreira possam estar up to date com a era em que vivemos, alguns clássicos da lição de casa precisam estar sempre muito bem feitos:

1) Cuidar com excelência de sua equipe e seus clientes, com zelo inteligente, sincero e dedicado;
2) Continuar inovando e gerando diferenciais nobres (não pobres);
3) Cultivar uma insatisfação transformada em “paranoia produtiva”;
4) Criar mecanismos para que os parceiros participem efetivamente do crescimento;
5) Crescer inteligentemente, mais em qualidade, volume de negócios e resultado que, necessariamente, em tamanho;
6) Viver efetivamente seus valores; e,
7) Não cultivar a doença do anacronismo.

Como sempre digo: Não somos responsáveis por tudo que afeta os nossos negócios, mas somos responsáveis por tudo o que nosso negócio é capaz de afetar.

Fazer bem feita a lição de casa do marketing sempre dividirá o mundo entre profissionais e amadores, pessoas com “sorte” e criadoras de “sorte”.

Afete o mercado, afete sua equipe, afete seus clientes, afete a concorrência, afete os entrantes, veteranos, investidores, enfim, afete o mundo com uma identidade tão profunda, fundamentada e única que seja impossível ser indiferente à sua existência no universo.

 

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Influenciadores Digitais – Novos tempos, novos ídolos!

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A personalidade mais influente do YouTube no Brasil entre o target de 14 e 34 anos, pela primeira vez, é um nativo digital: o Whindersson Nunes. O influenciador desbancou famosos da TV para se consolidar no topo do ranking nacional dos mais admirados por millennials e por indivíduos da geração Z. Outros quatro nascidos na internet acompanham o youtuber no “top 10” dos mais amados pelas novas gerações. Todos concorrendo no mesmo nível de popularidade com apresentadores, atrizes e atores de televisão.

“Novos tempos, novos ídolos”, resume o próprio influenciador na capa do seu canal oficial com quase 24 milhões de seguidores – o maior do país.

Os dados são do estudo “Os Influenciadores de 2017 – Quem Brilha na Tela dos Brasileiros”, realizado pela terceira vez pelo Instituto Provokers para o Google Brasil e o Meio & Mensagem. O levantamento questionou o que define um influenciador e quem melhor representa a categoria nos segmentos de vídeo online e televisão. Segundo os participantes são: originalidade, senso de humor, autenticidade e inteligência.

Detalhes do levantamento foram apresentados oficialmente no último dia 13 de setembro, durante o Brandcast 2017, maior evento do YouTube no Brasil, que reuniu na capital paulista executivos do mercado publicitário, anunciantes e, claro, os youtubers.

Segundo dados complementares apresentados na ocasião, em três anos os brasileiros passaram a consumir em média 15,4 horas semanais de vídeos online, número que representa um crescimento de mais de 90%. A pesquisa ainda mostrou que o consumo de televisão aberta também cresceu, passando de 21,9 para 22,6 horas semanais no mesmo período. Cerca de 87% dos participantes ouvidos no estudo alegaram ficar conectados à internet enquanto a TV está ligada.

Significa dizer que a televisão não está morrendo, como alguns previram. A experiência está sendo transformada.
É um fenômeno histórico: uma mídia não subtrai a outra. Elas passam a coexistir. A fotografia, por exemplo, não eliminou a pintura; a revista não acabou com o jornal, tampouco a televisão com o rádio. Estão todos aí em pleno ano de 2017. Ocorre, porém, que as plataformas vão sendo impactadas por mudanças comportamentais da própria sociedade. O que vemos neste momento com as gerações Y e Z é um novo capítulo da história.
Se reinventar, porém, é imprescindível.

A televisão no século 21 precisa ser omnichannel, acompanhando a jornada desses novos públicos. Precisa saber interpretar o que está por trás das constantes mudanças de hábitos e, principalmente, se integrar. Millennials e Zs não rejeitam a TV tradicional. É só observar, por exemplo, a quantidade de memes gerados durante e após a exibição de novelas e programas, sejam transmitidos nos tradicionais veículos off-line ou nas plataformas online.
O que muda, principalmente, nos dias atuais é que eles querem ter o controle sobre o quê, como e quando vão consumir. É preciso apostar em assuntos e formatos que tenham mais apelo junto a esses consumidores. E com conteúdos cada vez mais relevantes (para eles).

É isto que os digital influencers estão oferecendo.

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A certeza da incerteza

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Estou escrevendo este artigo de Atlanta, na Geórgia, EUA, onde acontece a edição anual de um dos mais importantes congressos acadêmicos de administração e negócios do mundo, a Academy of Management. São mais de 10 mil participantes que compartilham seus estudos nas diversas áreas de negócios e administração por 4 dias intensos de trabalhos e reuniões. Em meio a todas as apresentações e leituras de artigos, parei para refletir sobre a importância do conhecimento científico no avanço das técnicas e práticas que líderes e empreendedores se apropriam para melhorar a gestão de seus negócios e cheguei à triste conclusão de que talvez estejamos fazendo mais mal ao mundo do que bem com nossos estudos.

Veja, por exemplo, um estudo publicado no portal UOL recentemente: Maioria das mulheres entre 18 e 24 anos se considera feminista. O estudo foi feito pela agência de mídia UM London e se baseou em mais de 2.000 entrevistas no Reino Unido. Você lê a matéria e, por diversos motivos, mas principalmente, por ser um estudo feito por um instituto de pesquisa, você acredita nestes resultados e assume como verdade. Bem, nós acadêmicos temos uma série de questionamentos sobre esta tal ‘verdade’, e para ter certeza de que a pesquisa é realmente um retrato da realidade, precisamos perguntar: Mas quem exatamente foi entrevistado? Onde estas entrevistas foram feitas? Que perguntas foram feitas? Qual foi o objetivo do estudo? Dependendo das respostas destas e de outras perguntas, podemos desqualificar totalmente estes resultados.

Isso acontece o tempo todo, seja baseado em uma pesquisa acadêmica ou um estudo não acadêmico, assumimos como verdade muito do que ouvimos. Estas verdades se tornam nossos paradigmas, nossas convicções, nossas crenças, mas não me entendam mal, paradigmas são bons porque retratam padrões na realidade em que a sociedade se baseia para definir suas regras de convivência. Assim, existem os paradigmas de que precisamos andar vestidos na rua, que não devemos matar, que precisamos trabalhar para ter dinheiro para sobreviver, que existe uma unidade da sociedade chamada de família e assim por diante, sem os paradigmas nossa vida seria um caos.

Quando falo que muitas destas verdades que se tornam nossos paradigmas podem estar fazendo mais mal do que bem, me refiro a um lado ruim do paradigma que é a chamada ‘paralisia de paradigma’, quando acreditamos que uma verdade é a única e incontestável verdade que existe. Por muitos anos, acreditamos, devido a estudos científicos, que o sistema solar era composto por 9 planetas, mas são 8. Acreditamos que a matéria assume 3 estados, sólido, líquido e gasoso, mas isso não é verdade, existem estados intermediários além destes. Acreditamos que as cores primárias são o vermelho, o amarelo e o azul, mas na verdade são o ciano, o magenta e o amarelo.

As verdades absolutas definiram muito do que somos, mas se estivéssemos presos a elas, nossa sociedade nunca avançaria. Ninguém mais inventaria nada em 1899 porque Charles Duell, chefe da Secretaria de novas patentes dos EUA disse que seu departamento poderia ser fechado porque não existia mais nada para ser inventado. O cinema não seria o que é hoje porque seus inventores, os irmãos Lumiere, achavam que seu invento não tinha nenhum valor comercial. Da mesma forma, A TV não teria o poder que tem hoje porque a Revista Times publicou um artigo dizendo que o invento era interessante, mas a família americana média não teria tempo para ficar horas na frente do aparelho.

Vamos fazer um exercício mais prático para você entender o meu ponto de vista. Pense em uma verdade incontestável, algo que você acredita cegamente, como: ‘Chia faz bem para a saúde’, ‘pessoas ricas são mais felizes’, ‘Se eu tomar banho de noite, durmo melhor’, qualquer coisa. Sua verdade incontestável não precisa vir de um estudo ou de algo que você leu ou ouviu, pode ser baseado apenas em suas próprias crenças e experiências pessoais, mas já é suficiente para gerar um estrago na sua vida. Como saber se é uma paralisia de paradigma que pode estar atrapalhando você? Existem vários testes, mas o mais fácil e clássico é descobrir se outras pessoas pensam diferente de você. Se você acha que fica bem de barba e todos à sua volta, amigos, família, falam que não, talvez seja uma paralisia de paradigma sua. Se você acha que puxar o saco do chefe aumenta suas chances de promoção, mas todos os seus colegas aconselham você a não ir por este caminho, pode ser uma paralisia de paradigma te levando a tomar decisões erradas. Em outras palavras, a paralisia de paradigma é a sua teimosia em não aceitar o que todo mundo diz, não ser flexível o suficiente para assumir que você pode estar errado no seu jeito de pensar e no seu jeito de fazer as coisas.

Assim como estudos científicos podem estar errados, suas crenças pessoais podem estar equivocadas também. Ou podem ter feito sentido no passado, mas agora a realidade é outra e você precisa mudar o seu jeito de pensar. Paralisias de paradigmas nos impedem de fazer mudanças significativas, nos prendem ao passado, limitam nossa capacidade de inovar e travam o nosso crescimento pessoal. Quando aprendemos a identificar nossas paralisias de paradigmas aprendemos que nossas mais absolutas verdades e crenças podem ser questionadas e que não existem verdades incontestáveis. A única verdade incontestável que existe é que não existe verdade incontestável.

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Conheça a si mesmo

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Toda esta onda em torno do tema empreendedorismo, principalmente provocada pela mídia em torno de histórias de sucesso de grandes empreendedores brasileiros, tornou o status de empreendedor desejável por muitos jovens que ingressam no ensino superior em busca de uma formação básica para começarem suas ‘startups’. Todas as vezes que eu trato do tema e discutimos sobre os traços e características dos empreendedores, não me surpreendo mais quando uma boa parcela, bem mais da metade dos alunos, se julga empreendedora, com muita segurança de sua opinião e orgulho.

Empreendedores são empreendedores porque apresentam um conjunto de características que os ajudam a superar as dificuldades típicas enfrentadas na fase inicial do empreendimento. Destas características sempre se destacam a resiliência, liderança, criatividade, tenacidade, determinação, foco, persistência, comunicabilidade dentre várias outras. Os jovens universitários são tão cheios de si que acham que já estão prontos.

 

Um dos alunos, por exemplo, alega que é empreendedor porque é comunicativo e todo empreendedor tem muita habilidade em se comunicar. Ele não sabe, mas o que ele julga ser uma qualidade é na verdade um defeito, ele fala demais. Outro diz que tem bastante autoconfiança, mas na verdade ele é arrogante, pois tem excesso de autoconfiança. Um terceiro aluno é bastante criativo, o que poderia ser visto como uma qualidade empreendedora, mas ter muitas ideias geralmente reflete em defeito quando não existe a capacidade de executá-las.
O meu ponto é que não tenho a menor dúvida que muitos alunos possuem várias das características empreendedoras, mas, como tudo na vida, o que é bom pode se tornar ruim quando em excesso e existe uma tendência da natureza humana de se identificar com o que nos é familiar e de nosso domínio. Quando enfatizamos estas características o que acontece é que uma virtude se transforma em um defeito. Excesso de autoconfiança, excesso de criatividade, excesso de comunicabilidade, excesso de empatia, excesso de determinação.
Quando falamos que quem quer se tornar empreendedor precisa desenvolver sua autoconfiança, este conselho só vale para os inseguros e introvertidos. Se a pessoa que já é autoconfiante seguir este conselho se tornará arrogante, e cego, pois não enxerga mais nada além de suas convicções e não ouve ninguém além de si próprio.
Isso vale para quase todas as características ditas ‘empreendedoras’ ou de ‘liderança’. Se persistência é uma qualidade empreendedora, a teimosia é o defeito. Se a organização é uma qualidade, a burocracia é o defeito. Se a flexibilidade é a qualidade, a falta de consistência é o defeito. Se a visão do todo é a qualidade, a falta de detalhamento é o defeito. Para toda qualidade há sempre um defeito quando ocorre o excesso.

 

Vamos olhar agora um pouco para o outro lado, os defeitos. Você acha que não é empreendedor porque tem muitos defeitos que empreendedores não tem, certo? Vamos lá, veja alguns casos típicos: Você não se julga empreendedor porque nada que faz dá certo. A tolerância ao fracasso não é um defeito, é uma qualidade do empreendedor. Ou porque você não foi pra universidade, mas a ênfase na formação superior acaba racionalizando demais as pessoas, tornando-as rígidas e inflexíveis. Ou ainda porque você não gosta de assumir riscos, mas é o medo de assumir riscos que faz com que os empreendedores se preparem melhor enfrentem os riscos com mais cautela e planejamento.
Qual o significado disto tudo? Se você não sabe se já tem pleno domínio destas características, não saberá se precisa desenvolve-las ou não. Se resolver enfatizar o que você já é bom, pode cair facilmente no lado do defeito. Por isso que alguns empreendedores são teimosos porque são determinados demais, outros tentam ser amigos de todos mundo porque praticam demais a empatia, alguns não conseguem se relacionar com pessoas porque são autossuficientes demais, tem os que não conseguem lidar com problemas do dia-a-dia, pois acreditam que devem olhar para o futuro sempre.

 

O que nos falta – a todos e não só aos jovens – é o autoconhecimento, saber quem realmente somos. Quando você não conhece a si mesmo o suficiente, facilmente cai nas armadilhas dos estereótipos, assumindo para si aquilo que não é seu. Quando você não sabe quais são seus defeitos e virtudes, acaba interpretando mal suas necessidades de autodesenvolvimento e acaba por transformar suas virtudes em defeito inadvertidamente. As lições podem ser ensinadas para todos, mas as pessoas são diferentes entre si e não devem assumir que todas as lições são necessárias para todos. Apenas se apropriam das lições certas aqueles que tem plena consciência de que precisam desenvolver as habilidades especificas.

 

Por isso que, se quer mesmo se tornar empreendedor ou líder, a primeira lição é: Descubra quem você realmente é. O domínio de quem você é vai ajudá-lo a identificar que ferramentas precisa dominar, que conhecimentos precisa adquirir e que caraterísticas precisa desenvolver. O processo da descoberta de si desnuda suas fraquezas e descortina as avenidas do seu autodesenvolvimento, dando mais foco e mais eficácia às suas decisões sobre quais cursos fazer, quais experiências viver, em quem se espelhar e onde buscar as referências que precisa.
Existem vários caminhos para aprofundar a consciência sobre si mesmo. Você pode fazer terapia, Coaching, aconselhamento, pode conseguir um mentor, pode ler livros de auto-ajuda, pode fazer testes psicológicos, meditação e auto-reflexão, as ferramentas e técnicas não faltam. Na própria Polifonia, o primeiro terço do curso de Protagonismo Criativo é focado na jornada do autoconhecimento. Acreditamos que o processo de formação do empreendedor ou líder protagonista passa obrigatoriamente pelo autoconhecimento.
Não importa qual o caminho você escolha, já posso avisar que não é um caminho fácil. Se estiver fácil, é porque você não está penetrando fundo o bastante. Navegar na superficialidade é conhecer apenas a camada maquiada de nós mesmo. A verdadeira jornada do autoconhecimento nos leva a uma confrontação com um ‘eu’ que pode até mesmo nos assustar. Se as práticas são certas, não desista, a dor da autodescoberta vale aqui também. A dor é maior quanto mais fortes forem nossas convicções. Por isso ela é necessária. Esteja pronto e aberto ao mais importante aprendizado de nossas vidas, aprender sobre si mesmo.

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O lado bom da crise

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Não vou abrir minha coluna hoje falando de estatísticas para comprovar aquilo que todo mundo já sabe e que os economistas podem falar melhor do que eu. Estamos em crise. Para você que está pensando em abrir um negócio novo, também não vou relembrar que onde há crise, há oportunidades, pois já explorei este aspecto em entrevista neste mesmo veículo há mais de 10 anos
Se você, por outro lado, já tem um negócio próprio, a crise também tem seu lado bom e vou explicar alguns motivos para olhar com bons olhos este difícil momento que a maioria dos empreendedores do país estão passando:

1) A crise é um filtro natural que elimina o ruim e deixa o bom. Sabe aqueles momentos em que você ficava se martirizando pelo dinheiro gasto com treinamento de funcionários, por ter que trocar um produto para atender uma reclamação do cliente, por causa da alta carga tributária ou pagando consultores para organizar suas finanças? Bem, este é o momento de colher os frutos que você semeou. Na crise, apenas os fortes sobrevivem. Todos os seus concorrentes que não administraram bem seus caixas, sonegaram, não investiram no relacionamento com os clientes, nem com os funcionários, menosprezaram seus controles, agora estão prestes a deixar o mercado para você. Lembre-se, mesmo com crise, o mercado continua demandando produtos e serviços, portanto, o importante nestas horas, é sobreviver por mais tempo que seu concorrente, pois quem aguentar mais fica com o mercado do outro.

2) A crise nos obriga a fortalecer nossos pontos fortes, minimizar os efeitos negativos dos pontos fracos e buscar eficiência na exploração máxima de recursos escassos. Em momentos de bonança, é fácil desperdiçar, ignorar clientes ruins, trocar de funcionários, obter empréstimos e tolerar fornecedores ineficientes. Ambientes econômicos favoráveis tornam as pessoas lenientes e preguiçosas, assim como os negócios. Na crise, por outro lado, somos obrigados a melhorar nossas operações, reter clientes, reduzir custos e explorar nossos pontos fortes para sobreviver. Diante da crise, somos mais zelosos com nosso patrimônio, cuidamos melhor de nossos recursos mais escassos e prestamos mais atenção nas métricas de desempenho. Com a crise, nos tornamos melhores.

3) A crise reforça nossos valores e nos faz rever nossos conceitos. Em muitos casos, diante de uma crise, perda de clientes, queda nas receitas e todo indicador de desempenho ruim, somos capazes de repensar nosso negócio e analisar se tudo isso faz sentido para nossas vidas. Muitas vezes, o sucesso nos torna escravos do nosso negócio. Com o crescimento, nosso negócio acaba se transformando em algo diferente de quando começamos e nem sempre estamos satisfeitos com os rumos que o negócio toma, mas não ousamos mudar, porque está dando certo e segue prosperando. A crise é uma das poucas oportunidades que surgem para revermos o nosso futuro com este negócio. Muita gente critica empreendedores que vendem seus negócios na crise, mas não devemos fazer juízo de valor sem saber o que está por trás deste tipo de decisão. Se o negócio não faz mais sentido para o empreendedor, ele não tem motivo para continuar e vender o negócio pode ser o mais sensato a fazer.

4) A crise estimula nossa criatividade. Nossas melhores ideias não surgem quando estamos inspirados, nem quando estamos com todos os recursos na mão. As melhores ideias não aparecem quando queremos nem quando achamos que estamos prontos. As melhores ideias aparecem quando precisamos delas. Quando nossos recursos se esgotaram, quando aparentemente não há mais outras saídas. Quando estamos no desespero. É impressionante como a mente trabalha quando é colocada à prova, como arriscamos a fazer coisas que não faríamos em condições normais, simplesmente porque, no fundo do poço, não temos mais nada a perder. Nestas horas, passamos a considerar alternativas que teriam sido imediatamente descartadas em outras condições e estas alternativas acabam se tornando as melhores.

5) A crise nos dá a oportunidade de recomeçar. Se tudo deu errado e seu negócio foi pro buraco, não fique triste, levante os cacos, recupere o fôlego, erga a cabeça e tente de novo. O brasileiro é conhecido como um dos povos mais capazes de superar adversidades do mundo, não necessariamente porque ele seja altamente capacitado, mas provavelmente porque ele não tem opção. Tem que se virar, tem que dar um jeito. Se a crise te derrubou, você pode ter perdido muita coisa, dinheiro, família, amigos, auto-estima, mas uma coisa você também com certeza ganhou: um aprendizado pela experiência que nenhuma universidade seria capaz de te ensinar. Este valiosíssimo aprendizado vai te diferenciar perante outros empreendedores, vai ter tornar mais cauteloso, vai te fazer ficar mais esperto e atento, vai fazer você não mais menosprezar detalhes, talvez seja tudo o que você precisava para se tornar um verdadeiro empreendedor. Portanto, não jogue esta oportunidade fora, simplesmente desistindo, pois se existe algo que todo empreendedor bem sucedido pode falar com orgulho sobre sua história é a experiência de já ter fracassado na vida.

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Buscas por voz: como isso mudará o resultado de buscas

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As buscas por voz e os assistentes pessoais trazem novos desafios para os profissionais de marketing. As pesquisas por voz em desktops e dispositivos móveis são uma realidade que deve mudar radicalmente o futuro do SEO, por exemplo.

O objetivo das buscas por voz, de modo semelhante às buscas tradicionais, é auxiliar o usuário a realizar tarefas cotidianas em tempo real, como encontrar um produto, pessoa ou informação. No entanto, o usuário espera respostas diretas desta nova forma de pesquisa, o que afetará a maneira de pesquisar do internauta com o passar do tempo e, portanto, a conduta com relação às palavras-chave torna-se outra.

Mas como funcionam as buscas por voz?

As pesquisas por voz através dos smartphones atualmente são as mais difundidas em todo o mundo, entretanto, as possibilidades para esse tipo de busca são:

Busca tradicional

A pesquisa por voz em desktops ainda não pode ser utilizada por todos os usuários, mas já é uma realidade nos laboratórios do Google. Semelhante ao sistema empregado no Android, essa ferramenta poderá será acessada através de um microfone no campo de pesquisa.

Busca em website

O novo serviço do Google poderá ser usufruído ainda em páginas particulares. Os usuários que utilizam os mecanismos de buscas em seus sites poderão disponibilizar a pesquisa por voz apenas adicionando uma linha de comando no código do site.

Busca em mobile

A mais conhecida busca por voz tem como principais ferramentas o Google Now, utilizada em Android, a Siri, para iOS, e a Cortana, desenvolvida para Windows e outros sistemas.

Todas as três ferramentas foram desenvolvidas para uma compreensão contextual. Ou seja, muito além das palavras-chave, elas são capazes de responder a interrogações complexas com respostas mais objetivas. Vale lembrar ainda que o Google Now e a Siri são integradas aos seus sistemas operacionais, enquanto a Cortana pode ser usada também no Android e no iOS.


Como a busca por voz vai mudar o conteúdo de marketing

As novas formas de realizar pesquisas na internet vão impactar tanto o usuário quanto os profissionais de marketing. De modo geral, os smartphones são os grandes favorecidos com a alternativa, uma vez que falar ao microfone por esses dispositivos é muito mais simples e prático. Por outro lado, quem acessa a internet por desktops ou laptops também perceberá vantagens em utilizar o mecanismo.

Realizar uma busca sem precisar digitar cada palavra no teclado, por si, já é uma vantagem. Ou ainda, caso a pesquisa seja por um termo que o usuário não conhece a grafia exata, o assistente pessoal se encarregará de reconhecer a palavra falada.

Quem trabalha com marketing digital deverá se encarregar de adotar uma linguagem mais “conversacional” ao conteúdo que for publicar para atrair mais visitantes. O sistema que está cada vez mais próximo da realidade de todos os internautas é curioso e inovador, já apresentando dados interessantes como:


1. Buscas por voz têm em torno de três palavras, mas isso é só o começo

Segundo dados da Microsoft, a Cortana apresentou 33% de buscas originadas nas pesquisas por voz em apenas três meses após o lançamento da ferramenta. Observou-se também que as perguntas pesquisadas por texto foram mais curtas (por volta de duas palavras), enquanto as perguntas buscadas por voz mais bem-sucedidas contavam com três palavras.

O número significativo de buscas por voz com apenas três palavras é bastante curioso, pois se reconhece que o discurso falado normalmente é mais extenso. Por outro lado, deve-se considerar que o mecanismo foi adotado há pouco tempo e que, portanto, os hábitos dos usuários irão evoluir aos poucos.

Cabe considerar que, à medida que as buscas por voz forem se popularizando, ocorrerão mudanças radicais nas condutas de pesquisa. Ainda que não existam tendências evidentes que apontem um crescimento na contagem de palavras das perguntas, pode-se supor que mais à frente a pesquisa por voz aconteça de maneira mais pessoal, descritiva e particular.

2. Frases interrogativas são maioria neste tipo de busca

A curiosidade humana é manifestada também nas buscas por voz. De acordo com dados do Google, existe um crescimento de 61% em frases interrogativas nas pesquisas. Os enunciados englobam termos de conversação como “quem”, “o quê”, “onde”, “quando” e “como”.

As frases que mostram uma dúvida têm uma probabilidade maior de aparecerem na fala do que na digitação. Exemplificando, pense que você procura pelo termo “Steve Jobs”, mas, ao falar, pergunta “quem é Steve Jobs?” Percebe-se, assim, que esta é uma forma de busca que aparecerá mais nos comandos por voz do que comumente aparecem nas buscas tradicionais.

Questões de conversação oferecem uma possibilidade muito maior de supor a intenção do pesquisador. Dessa forma, esse novo tipo de pesquisa alterará também a maneira de produzir conteúdo original e personalizado, a fim de que apareça adequadamente nos resultados.

3. Microempresas e negócios locais devem se adaptar às mudanças

Há pouco mais de três anos, o gigante de pesquisa atualizou seu sistema para que o usuário tenha resultados mais específicos e interessantes quando pesquisa sobre sua localização atual e atividades para fazer no seu entorno. O Google considera ainda os dados históricos do pesquisador, a fim de alcançar maior relevância contextual nos resultados.

De acordo com pesquisa realizada pela empresa norte-americana Mediative, 89% dos usuários buscam por um negócio local em seus smartphones no mínimo uma vez por semana, sendo que 58% deles pesquisam pelo menos uma vez por dia.

As pessoas buscam por negócios locais geralmente dos seus smartphones, pela facilidade de acesso ou por não estarem em sua região de residência. Sabendo disso, é evidente que a busca por voz é muito mais provável de ser fundamentada localmente do que a busca por texto.

Aliar a pesquisa por voz aos resultados locais do Google é, portanto, uma grande oportunidade para alavancar negócios com presença regional. Deve-se considerar incluir ao conteúdo palavras-chave que englobem referências locais e lugares próximos. De acordo com o Google, consumidores preferem informações locais em anúncios e 18% das buscas locais feitas por dispositivos móveis levam à venda em até um dia.

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A proliferação dos zumbis

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Muitos ainda não se deram conta do fim da modelagem. Em verdade, ela já nasceu falida, embora com um excelente apelo de comunicação no estilo: “Obtenha os mesmos resultados dos melhores profissionais e melhores empresas, sem precisar passar por toda a curva de aprendizado a que se submeteram”.

Foi assim que as bases de uma abordagem científica, unindo psicologia e neurociência tornou-se a banalização da “PNL de mercado”, assim surgiram os falsos gurus da administração moderna. Até agora a pouco tinha muita gente querendo seguir o estilo X de “empreendedorismo” e gestão, imaginando que “eikear” era sinônimo de sucesso…

Não por outra razão, cresce, alucinadamente, o número de hamburguerias, sorbeterias (com b mesmo), boulangeries e chocolaterias “artesanais”, entre outros.

Empresários inexperientes querem saber qual o modelo de sucesso dos que deram certo. Terapeutas tentam modelar o êxito daqueles, que de forma breve e assertiva, resolvem casos que anos de clínica convencional não conseguiram solucionar. Escritores fazem cursos sobre como escreviam os grandes mestres da literatura e, aspirantes a palestrante gastam muito dinheiro em cursos, livros, DVDs e “oportunidades” de estarem entre os Top 10. Tudo isto só “modelando”, sem trilhar o caminho.

Na esfera digital, todos querem implantar o modelo de funil de vendas e reinventam modelos de “pirâmides” mais politicamente “corretas”, e por aí vamos…

Passado o entusiasmo e gasto o dinheiro (porque é gasto, não investimento), todos chegam a uma mesma conclusão: o sistema de modelagem está falido.

Quem tentou carreira de stand-up “modelando” outros humoristas e comediantes, perdeu a graça que não chegou a ter; o êxito dos varejos modelados ocorreu somente no “mês da novidade”, enquanto imperava a curiosidade do público; os terapeutas jamais conseguiram os resultados de seus mestres modelados; os aspirantes a palestrantes não alavancaram como gostariam; os escritores não entenderam o segredo do sucesso dos grandes mestres da literatura; e a enxurrada de congressos online vai em queda livre…

Tudo porque alguém acreditou na modelagem.

Que empresas e profissionais se inspirem em outros que admiram e busquem aprender (aprender e copiar não são sinônimos) é legítimo e natural. Que se perceba a lógica de um dado negócio – e sutilezas e oportunidades por ele vislumbradas – também está ok. Buscar utilizar benchmarking sem confundir o conceito também vale muito, mas acreditar em uma sociedade de “zumbis” (corpos “modelados” que agem sem alma) equivale a jogar no lixo tempo de existência – e tempo é vida!

Não haverá sucesso autêntico sem identidade e essência descoberta, revelada, vivida e aperfeiçoada e isto não se pode modelar. As hamburguerias, sorbeterias, escritores, sites, portais, congressos online, terapeutas e todos os outros zumbis modelados estão condenados ao fim de todo e qualquer zumbi – a mera autodestruição.

Desconfie do homem nu que te oferece uma camisa. Desconfie de qualquer modelo que não seja desenvolvido por você e para você ou sua empresa. Desconfie de qualquer modelo que sirva para todos os tamanhos, gêneros, idades e histórias de vida. Desconfie dos que lhe vendem promessas “recheadas” de muito êxito e pouco trabalho.

Na ausência da essência que lhe deu contexto e existência, todo modelo é apenas uma teoria de quem, não entendendo como se chega ao resultado, explica apenas a aparência do que vê e perde toda a qualidade do essencial “exuperiano” invisível aos olhos.

Se você quiser ser bom no que faz, aprenda a viver sem modelos, você não encontrará ninguém grande ou algo genial na contramão da constatação deste fato. Genialidade e sucesso não se produzem, de maneira sustentável, por obra de engenharia (nem mesmo reversa).

Desperte, trabalhe e vença!

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Extensão de marca: mitos e verdades

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Campanha Dove Beleza Real

A extensão da marca – aplicações de uma marca conhecida a novas categorias de produto – é um dos assuntos mais polêmicos do marketing e branding. Muitos julgam que esta estratégia é a solução para negócios que buscam diversificação e alcance, mas é importante que seja analisada com muito cuidado e sabedoria. Também é possível argumentar que tal escolha tende a criar um déficit emocional, confusão na mente dos stakeholders. Uma coisa é certa: as empresas não podem perder o foco – conceito caro para nós marquetólogos. A Harley-Davidson, por exemplo, já é totalmente entendida; não há mais nenhuma história a ser contada. Embora ela possua uma identidade potente e seja fortemente embasada no arquétipo do “fora da lei”, o ‘equity’ da marca não é profundo – portanto, buscar novas categorias para estender, como perfumaria (algo que a empresa de fato tentou), torna os novos produtos desconectados, forçados, obnubilados e distantes. Já a Dove, uma marca de tratamento de beleza, revelou surpreendentes e estimulantes atributos e valores ao longo da duração de sua campanha pela Beleza Real e acompanhando extensões de marca – evoluindo de uma autoafirmação defensiva para uma consolidação mais pró-ativa.

 

Sempre pergunte-se: será que esta extensão sob único guarda-chuva será suficiente para ganhar novos consumidores e, principalmente, manter o cliente que já é fiel à marca? Aqui cabe lembrar que o fato de uma marca ser forte e tradicional no mercado, além de ser flexível, não significa que a sua extensão seja um sucesso em relação aos concorrentes com maior economia de escala, mais rápidos e com melhor relacionamento com os fornecedores da categoria. Não podemos esquecer que o mercado é cada vez mais competitivo e mutante. Em outras palavras: o teste de entropia de marca (processo que o consumidor informa até qual território ele enxerga a marca operando) é somente o primeiro estágio. Flexibilidade não significa sucesso imediato, é fundamental acrescentar a este estudo a medição do ecossistema mercadológico e as reais necessidades do público-alvo. É importante fazer conta. Matemática é sine qua non.

 

Ademais: quando, para essa mesma coluna, entrevistei minha colega americana Denise Lee Yohn, a especialista foi enfática ao afirmar que “os profissionais de Marketing devem examinar a profundidade da identidade de sua marca e determinar se sua narrativa tem ou não a qualidade produtiva sedutora necessária para sustentar extensões. Caso contrário, isso não significa que a marca e o negócio não podem crescer”. Que fique claro: o trabalho de extensão não é a única forma das marcas amadurecidas alcançarem ‘momentum’ e alavancarem valor. Novas formas de comunicação e inovação da mensagem, por exemplo, podem criar curiosidade e apelo. Além disso, alternativas como a construção da sua marca junto a novos segmentos ou a identificação de novos pontos de contato, experimentando a marca nos mesmos, podem alavancar um crescimento no negócio.
Em muitos casos as extensões de marca atendem mais aos acionistas do que o consumidor e por isso são feitas de maneira precipitada, visando o lucro no curto prazo e comprometendo um longo trabalho de “brand-building”. A primeira questão a ser levantada é: a marca é flexível suficientemente para outros mercados? Já a segunda indagação é mais do que vital para o sucesso desta empreitada: posso vencer a competição e ter lucro não apenas em curto, mas também em longo prazo neste novo território, principalmente com o uso cada vez mais frequente da web para alavancar ou derrubar uma marca? Bem, fica aqui a reflexão e o desafio.
Curso de Branding com Gabriel Rossi acontece nos dias 17 e 18 de fevereiro na ESPM em São Paulo, inscreva-se no link: http://www2.espm.br/cursos/espm-sao-paulo/branding-como-construir-e-gerenciar-marcas-vencedoras

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Porque insistimos em trilhar caminhos que sabemos que são errados?

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Uma vez apresentei um desafio para minha equipe no Citibank, que eu estava formando para serem mais intraempreendedores, com mais autonomia e desenvolvendo soluções criativas para o nosso trabalho de implantação de sistemas de internet banking. Quando falei em desafio, o empolgamento era uníssono: ‘Desafio? Oba! Adoramos desafios’, já doutrinados à expectativa de que intraempreendedores são motivados pelo desafio. Falar é uma coisa, encarar o desafio é outra totalmente diferente, como se viu ao longo das semanas seguintes.
O desafio era reduzir em 40% o tempo gasto para implantar um sistema em um cliente novo do banco (nosso sistema atendia apenas empresas). Na época, levava-se em média 48 dias para um novo cliente se tornar operacional e transacionar com o banco, ou seja, 48 dias sem gerar receita com este cliente novo. O desafio que estabelecemos foi reduzir para um mês em média. No início, todos empolgados, energizados, auto-motivados. Nada melhor do que resolver um problema grande e de alta relevância tanto para o banco como para o cliente. Uma sessão de brainstorming trouxe algumas ideias interessantes. Uma delas foi adotada, que não vem ao caso detalhar tecnicamente aqui neste texto, mas foi a que pareceu ter mais chances de atingir o objetivo com menos riscos.

Dado o alto engajamento de toda a equipe, formada por 12 analistas, eu tentei interferir o menos possível, deixei que se auto gerenciassem e fui acompanhando à distância o seu desempenho. Diante das primeiras dificuldades de conseguir os dados necessários, já vi o arrefecimento do entusiasmo deles. Outras dificuldades foram surgindo como orçamento limitado e falta de apoio de outras áreas envolvidas no processo de implantação. Um mês depois, nem todos vinham às reuniões, discussões e até brigas iam minando a coesão do grupo e os avanços no projeto estavam ficando mais espaçados.

Chamei os líderes para conversar e o discurso antes que era só de planos e possibilidades mudou para desculpas e justificativas sobre o que não estava dando certo. O interessante é que os líderes não estavam em nenhuma das justificativas apresentadas. Sempre havia um ou mais culpados e os culpados eram sempre os outros. Diante disso, vi que a autogestão não estava funcionando e resolvi assumir as rédeas do projeto, mas para isso, era preciso despertar novamente o senso de pertencimento dos funcionários e fiz isso retomando o propósito do projeto, não o objetivo, mas o significado e a importância daquele projeto para eles, para mim, para o cliente e para o banco. Acho que meu discurso foi mais ou menos assim:
“No começo vocês acharam que ia ser fácil. Quem pôs isso na cabeça de vocês? Todo intraempreendedor sabe que um desafio só é de fato desafiador se for difícil. Na hora de escolher as ideias, vocês procuraram, talvez institivamente, o caminho mais curto, não o melhor caminho, porque o melhor caminho era mais difícil. O pior é que o caminho mais curto se mostrou mais difícil do que vocês esperavam e, por não estarem preparados para algo complexo, vocês viram o trabalho que seria necessário, a dedicação necessária e automaticamente compararam com suas outras atribuições. Foi natural mudar suas prioridades e deixar este projeto em segundo plano.”

Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Porque fulano de tal não entendeu a ideia, porque outro criou propositadamente barreiras para eles, porque não tem tempo para o projeto, tem outras demandas, porque só vai funcionar se o diretor aprovar, porque faltaram melhores orientações, porque não tem orçamento. Eu interrompi eles:
“Vocês perceberam o que estão falando? Vocês estão se comportando como qualquer outro funcionário daqui, um discurso do porque não pode ser feito. O que temos conversado há meses? O intraempreendedor tem outro discurso, o discurso das possibilidades, olha como vocês entenderam, mas não conseguem mudar seu jeito de pensar, não é falar porque não vai dar certo e sim falar como poderá dar certo.” Subitamente todos pararam de falar. Senti que entenderam o recado e estavam se autopoliciando sobre suas próximas palavras, enchendo a sala com um constrangedor silêncio.

Continuei:
“Vamos retomar nossas primeiras reuniões, lembram porque este projeto é importante? É importante para quem? É importante porque? Que benefícios vai trazer?” Aos poucos começaram a fazer uso da palavra novamente, falando porque é importante para o usuário, como que o banco iria ganhar, quais os benefícios para os departamentos transacionais do banco, como iriam reduzir retrabalhos internos, de que forma o tempo deles seria otimizado para outras coisas. Aos poucos as ideias voltaram a surgir, o tom de voz foi aumentando, mais gente falando ao mesmo tempo, mais gente querendo contribuir, logo passaram para a ideia, consideraram que a ideia não era tão boa assim, mas viram também que podiam aproveitá-la para fazer algo mais simples, mais efetivo e que dependesse só deles. A energia voltou e logo abraçaram esta nova e mais simples ideia. Em dois meses implantaram e começaram a colher os primeiros resultados.
Com o tempo, a ideia foi evoluindo e outras áreas, vendo os benefícios, começaram a contribuir também com ideias para agregar ao sistema novo existente, com suas sugestões implantadas, a solução foi se tornando mais complexa, mais abrangente e mais eficaz. Quando saí do banco, o tempo médio de implantação de sistemas já era de 25 dias e ainda estavam melhorando os processos.

Embora ninguém queira se sentir fracassado, muitas vezes é um sentimento importante para usar como aprendizado, como forma de colocar o pé no chão e abandonar ilusões e ideias pré-concebidas ou preconceituosas. O fracasso nos ensina coisas que não poderíamos aprender de outra forma, o que leva à outra lição: O trabalho em equipe só funciona quando, diante de falhas e erros, cada um procure em si mesmo onde errou e o que poderia ter feito de diferente antes de culpar os outros. Mesmo que sinta que não errou e que você fez a sua parte, declare publicamente alguma omissão ou algo que você poderia ter feito, assuma alguma culpa. O primeiro que faz isso é o líder e este tipo de declaração deve inspirar os outros a fazer o mesmo e assim construir uma relação de comprometimento mútuo e identidade coletiva.
Outra coisa que percebi é que todos gostam da liberdade, mas nem sempre estão preparados para arcar com as responsabilidades que vem junto. Ser um líder quando tudo vai bem é uma coisa, mas os verdadeiros líderes emergem quando as coisas vão mal. As crises são as melhores escolas de liderança. Se queremos formar líderes, não devemos tentar protege-los, devemos deixá-los lidar com as circunstâncias emergentes e até mesmo, criar crises propositadamente, desestabilizar o ambiente de alguma forma, para leva-los aos seus limites.
Por fim, a coragem. Quando a importância do projeto fica clara para todos e todos se identificam com os mesmos propósitos, o grupo ganha coragem para recuar e tomar outro caminho ou muitas vezes até mesmo recomeçar do zero, se julgarem necessário. Não querer sair do caminho errado porque já trilhou muito deste caminho é insistir com o erro e aceitar resultados medíocres, que não condizem com o espírito empreendedor que queremos fomentar.

Se você se sente desconfortável com o caminho que escolheu, se sente que escolheu errado, se este sentimento é generalizado na equipe, porque continuar? Porque insistir? Existe a esperança de que este caminho faça sentido no final? Onde existe paixão, onde existe crença, não existem caminhos errados, só os certos. Pode custar caro, mas não faz sentido continuar um caminho errado. São estas crenças e princípios que forjam a determinação e a perseverança do empreendedor, pois podem existir vários caminhos certos, mas nunca insistimos em caminhos que sabemos que são errados.

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