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O desafio de liderar intraempreendedores

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Há quatro anos, a serviço do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizei uma ampla pesquisa com executivos sobre a forma de liderar intraempreendedores. O objetivo era verificar como as lideranças identificam funcionários com perfil empreendedor, como eles os desenvolvem e como ele conseguem reter e manter motivados estes talentos. No meu artigo de hoje, relato os principais resultados deste estudo que foi recentemente publicado na Brazilian Administration Review, em parceria com a Profa. Vânia Nassif da Uninove.
O que quero ressaltar neste texto são alguns aspectos que, à primeira vista, podem parecer uma contradição entre o depoimento dos entrevistados (15 executivos) e as práticas formais das empresas orientadas ao empreendedorismo, mas que fazem todo o sentido quando entendemos as diferenças entre funcionários empreendedores e os demais funcionários.

 

Por exemplo, enquanto as empresas defendem a redução da burocracia, das regras e controles para dar mais liberdade aos funcionários para terem ideias inovadoras, os entrevistados consideram que estas ações podem aumentar o risco de se perder o controle sobre os processos. Para eles, os intraempreendedores, quando identificados, podem ter mais liberdade na medida em que precisam, abrindo exceções às regras para que as iniciativas aconteçam e não simplesmente derrubando as regras, pois muitas delas são necessárias e importantes para não levar a organização ao caos.  Outro aspecto forte é sobre o clima organizacional. Embora vários estudos demonstrem a relação positiva entre bom clima interno e orientação empreendedora dos funcionários, alguns entrevistados demonstraram preocupação sobre esta convicção. Um bom clima interno, de uma forma geral, é positivo, mas as pessoas acabam se habituando com a zona de conforto e perdem o estímulo para fazer algo diferente. Segundo os depoimentos, as pessoas dão o melhor de si quando se sentem ameaçadas, em situação de crise. Portanto, quando as coisas estão ruins é preciso atitude empreendedora para melhorar e quando tudo está bom, é preciso ‘agitar’ um pouco o ambiente para tirar as pessoas da letargia.

 

Também existe uma forte restrição à chamada tolerância ao erro. Vários executivos entrevistados acreditam que existe um limite para tudo, inclusive para o erro. Um deles perguntou ‘Você seria tolerante com um piloto de avião que experimenta uma manobra diferente durante o voo que você está?’. Existem momentos e condições apropriadas para a experimentação e a tolerância ao erro não pode ser manifestada de forma generalizada para toda a organização. Em alguns processos chave e voltados para o cliente não se pode errar, não se pode testar coisas diferentes, simples assim.
As críticas sobre a atual onda da inovação foram incisivas. Os entrevistados reclamam que agora todo mundo quer ser inovador e a inovação virou até desculpa para erros cometidos. ‘Ah, não deu certo porque eu estava tentando inovar!’. Os executivos estão tentando moderar este discurso. Para eles, apenas os intraempreendedores, e mesmo assim só alguns deles, tem a capacidade de pensar diferente e explorar abordagens no negócio que ninguém havia pensado antes. A tentativa de buscar esta competência em todas as pessoas da empresa dificilmente trará resultados que compensem a inconveniência de lidar com os ‘falsos criativos’.

 

O sistema de recompensa às iniciativas empreendedoras também é interpretado de forma diferente por quem já lidera empreendedores. ‘Não se recompensa intraempreendedores da mesma forma que os demais funcionários’ diz um dos entrevistados, o que foi confirmado com exemplos dados pelos outros. Quem tem perfil empreendedor pode achar muito importante receber a confiança de implantar projetos desafiadores, o que pode ser um castigo do ponto de vista dos outros. Intraempreendedores valorizam oportunidades de aprendizado, enquanto a média dos funcionários pode achar que ganhar um curso representa mais trabalho.

 

Sobre o papel da liderança, também são categóricos: É um grande desafio liderar funcionários empreendedores. Para os entrevistados, este tipo de funcionário é extremamente talentoso e auto-suficiente. Enquanto, por um lado, exigem pouca supervisão e usam bem a autonomia quando lhes é conferida, por outro lado, são rebeldes, intransigentes, excessivamente auto confiantes e não acatam ordens com facilidade se não se convencem da sua necessidade. Não se lidera este perfil como se lidera os demais. Para eles, não se dá ordens, mas sugere-se caminhos; não se define metas, mas reconhece os resultados; não se contraria, mas apresenta outros pontos de vista. Não é qualquer um que pode liderar e extrai o máximo dos intraempreendedores.
Podemos concluir, a partir destes resultados, que as políticas que visam orientar a empresa para uma cultura de inovação são bem diferentes das ações práticas das lideranças para lidar com talentos na sua equipe que já são inovadores e tem atitude empreendedora. O que serve para despertar novos intraempreendedores não necessariamente vai manter a motivação dos atuais intraempreendedores.

 

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O que fazer com a verba de marketing em momentos de crise?

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Em momentos de instabilidade político-econômica as decisões de direcionamento das verbas de marketing costumam sofrer gravemente.
Empresas de pequeno, médio e grande porte, assim como indústria, varejo e serviços demandam reflexões diferentes na tomada de decisão para melhor alocar os recursos.
Para direcionar bem sua verba de marketing considere as seguintes reflexões:
1. O que você vai fazer agora não pode ser fruto de uma decisão baseada apenas no momento atual, mas deve levar em conta o histórico do que você vem fazendo, tanto em termos institucionais, quanto produto a produto.
2. Não se esqueça de que você tem aspectos institucionais a promover e preservar, e aspectos da estratégia do modelo de negócios a priorizar.
3. A verba de marketing não atua somente no curto prazo, suas consequências e repercussões devem ser pensadas também no médio e longo prazo.
4. Não confunda verba de marketing apenas com verba destinada à comunicação e promoção.
5. Priorizar um foco de direcionamento da verba não pode significar esquecer-se dos outros. Quantifique e qualifique os critérios das duas decisões.
Nestes momentos de crise empresas de diferente porte reagem de maneira distinta, mas possuem algumas semelhanças em sua maneira de pensar.
Observe as pequenas e médias empresas do varejo, por exemplo. Basta uma retração do nível de atividade econômica para que sua primeira medida seja cortar a verba para propaganda (não raro, a única área de marketing de quem tem cuidado). É evidente que esta verba destina a rádio, jornais, outros e TV locais não deveria ser cortada em um momento onde se deseja maximizar o resultado das vendas para garantir o fluxo de caixa e rentabilidade do negócio. Esta é a pior decisão, mas com frequência, a mais comum.
Já na indústria de médio para grande porte, muitos esquecem que o sucesso dos seus negócios depende do êxito de seus parceiros varejistas (no caso dos bens de consumo) e ou clientes de bens de capital (no caso da indústria, volta ao b2b). A própria lógica da relação convida a perceber que a parcela da verba de marketing dedicada à comunicação e promoção deve estar voltada para a relação de parceria. Assim, uma indústria de bens de consumo que vinha investindo fortemente em branding (por exemplo), deve em um momento de crise direcionar a maior parte da verba para o trade. As ações junto ao PDV, que facilitem o sell out de seus clientes serão as mais apropriadas para garantir o giro de seus produtos e a relação de presença tão importante junto a seus parceiros em momentos de instabilidade.
Claro, a destinação da verba de marketing depende do momento em que cada empresa, produto ou serviço se encontra. Depende também do modelo de negócios e seu direcionamento estratégico e, portanto, deve ser analisada caso a caso.
O que não pode acontecer é o congelamento da verba de marketing, muitas vezes confundida com custo. Verba de marketing é investimento e não custo – deve ser redirecionada, mas não cortada. Cortar a verba de marketing é promover a estagnação de uma circulação já prejudicada por fatores externos, ou seja, promover uma “gangrena mercadológica”.
O que fazer com a verba de marketing em momentos de crise?
Decidir acertadamente como aplicá-la da maneira mais efetiva para diminuir os aspectos psicológicos e mercadológicos oriundos da crise que impedem a obtenção de melhores resultados em sua estratégia comercial. Não descuide do institucional, mas aponte com segurança em auxiliar a promoção de vendas. Comunicação e promoção junto ao PDV devem ser amplamente considerados nestes momentos.
Aproveite e invista tempo no endomarketing preparando seus profissionais, junto com ações de RH para não se intimidarem diante das dificuldades econômicas, mas voltarem todo o seu foco para alta perfomance.

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Qual a relevância de treinamentos de marketing digital?

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Manter a equipe coesa e trabalhando sob os mesmos preceitos exige que a empresa esteja atenta ao nivelamento de conhecimentos, bem como ao desempenho das pessoas em suas atividades. Além disso, proporcionar momentos de troca de experiências e de interação, onde a equipe possa fortalecer os seus laços, também contribui para que as atividades sejam desenvolvidas com maior empolgação e comprometimento por parte da equipe.
Uma das maneiras de manter esse ritmo é oferecer à equipe treinamentos corporativos periódicos, visando a atualização constante de conhecimentos e essa interação que acabamos de falar. Entretanto, os benefícios dos treinamentos não param por aí. É possível conquistar muito mais ao oferecer palestras e treinamentos de marketing digital para a sua equipe. Quer saber por quê? Continue acompanhando o nosso artigo!

 

Aumento da produtividade
Quando se tem funcionários capacitados e valorizados, nota-se um empenho crescente nas atividades diárias, o que reflete diretamente na produtividade dos indivíduos e da equipe como um todo. Com a atualização constante de ideias e conhecimentos do mercado de marketing digital, a equipe de marketing tem insights mais interessantes e pode incrementar as ações da empresa na internet de maneira criativa e arrojada, sentindo-se segura com o aprendizado sendo visto na prática.

Aplicação imediata do que é aprendido
Palestras e treinamentos corporativos têm uma vantagem que poucas soluções do mercado oferecem: aplicabilidade imediata. Assim que os funcionários saem do treinamento eles já podem colocar em prática tudo o que viram, gerando resultados mais rapidamente para a empresa e trabalhando para o próprio crescimento profissional.

Melhoria da performance da equipe como um todo
Pessoas integradas trabalham melhor entre si e constroem soluções mais rapidamente, já que um auxilia o outro na execução de suas atividades. Através dos treinamentos e palestras de marketing digital eles têm a oportunidade de fortalecer esses laços e se tornarem uma equipe de alta performance.

Soluções personalizadas são criadas conjuntamente
Quando a palestra ou treinamento é corporativo, os cases e exemplos utilizados são focados na realidade da própria empresa, facilitando a compreensão por parte dos funcionários e também possibilitando que eles levem para discussão as suas próprias vivências no dia a dia da empresa. Ao trabalhar os seus próprios problemas, a equipe sai fortalecida e com soluções únicas para melhorar ainda mais o seu trabalho.

Customização
Uma das melhores vantagens de se promover treinamentos e palestras corporativos de marketing digital é a possibilidade de conteúdos exclusivos, que atendam a necessidades específicas da sua equipe. O conhecimento repassado é completamente focado no que a empresa precisa, contribuindo para gerar resultados mais rapidamente.
Quanto mais a empresa investe em treinamentos e palestras de marketing digital para os profissionais, mais motivada a equipe de marketing fica, já que pode se atualizar sem a necessidade de se ausentar do trabalho e sem investir valores altos para a qualificação profissional. Neste sentido, ganham os funcionários com o conhecimento e ganha a empresa com maior competitividade e profissionais de alto gabarito.

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Como gerenciar marcas vencedoras durante a má fase econômica

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As más notícias da economia têm tomado cada vez mais espaço no dia a dia dos brasileiros. Aumento na taxa básica de juros, empréstimos mais caros, ameaça de piora de avaliação com as agências de classificação de risco, crescimento quase nulo. O momento de dificuldade econômica no Brasil é evidente. Reverter o quadro é tarefa para a nova equipe econômica do governo de Dilma Rousseff, sob o comando do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Mas o empresariado nacional tem muito a fazer. É hora de proteger suas marcas e não mais esperar que o Estado acerte os ponteiros. Períodos de apatia econômica podem ser a perfeita oportunidade para revisitar e amadurecer a estratégia de marca, uma grande chance para reavaliar a melhor forma de ganhar eficiência e produtividade e fortalecer um diferencial perante os concorrentes. É hora de analisar friamente a empresa, competidores, mercados importantes e clientes. Estes tendem a se comportar diferentemente em momentos como os dias atuais?

Por mais que, vá lá, estudos de valor de marca publicados anualmente ajudem em processos de fusão, aquisição e até mesmo IPO, podem ser equivocados, pois só se conhece o real valor de uma marca em momentos de dificuldade. As lições para economia em recessão são claras. As empresas devem segmentar seus consumidores e focar nos mais lucrativos e influentes. Quem são eles? Como se sabe isso? É fundamental entende-los. Qual a sensibilidade dos clientes aos fatores de qualidade, narrativa, entrega, preços… Existem novos segmentos de mercado a serem traçados? Se houver, quem são e como são esses potenciais consumidores?

Uma verdadeira auditoria dos pontos de contato e ferramentas de comunicação precisa ser realizada. E, essencial, deve-se verificar se a marca passa constantemente a mensagem designada a ela. Há diversas marcas no portfólio? Reavalie. São elas ainda verossímeis, competitivas, únicas e lucrativas? Nem todas as marcas são iguais e, levando em consideração a teoria do darwinismo de marca, só sobrevivem as que mais se adaptam a mudanças. Consumidores estão escolhendo uma lista cada vez menor de marcas para depositar seus dividendos. Eles procuram por permanência, mas também expectativas por futuras utilidades que chegam como forma de criatividade, inovação, confiança e liderança. As empresas gastam uma quantia absurda de tempo tentando provar a seus investidores suas maiores qualidades. Mas raramente fazem isto com seus consumidores.

Claro, não menos importante é a internet. Deve-se entender as profundas mudanças nos valores culturais que uma piora acentuada da economia acarretará aos consumidores brasileiros. Isto vem totalmente ao encontro da explosão das redes sociais, que representam oportunidades maravilhosas para conversar, ouvir e reagir em tempo real. A web está aí e deve ser usada com correção, mas nada de desistir da boa propaganda tradicional. Os principais anunciantes americanos mostram que um mercado de publicidade deprimido pelo baixo crescimento e/ou recessão é uma grande oportunidade de investir em marcas. Empresas como a Procter & Gamble e a Ford elevaram suas compras de TV, rádio e outras mídias durante períodos críticos da crise norte-americana.

Por fim, se os parceiros, neste momento de dificuldade e incerteza econômica, se sentem vulneráveis, acuados e sem controle de fluxo de caixa, em vez de deixá-los à mercê, é importante incentiva-los, fazendo valer a ideia de parceria, fortalecendo as conexões mais fracas da cadeia de valor.

Mais do que um momento de desafio, tratar a economia em baixa como uma oportunidade é ter uma visão positiva, mas também real. Marcas fortes fortalecem laços com todos os stakeholders.

 

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O marketing exposto no museu

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No Louvre, em Paris, a Monalisa. No Metropolitan de Nova York, a Anunciação, de Botticelli, ou a Virgem com o Menino, de Giovanni Bellini. No British Museum, em Londres, as máscaras africanas e as pinturas chinesas. Exemplos de obras que tornam os três maiores museus do mundo visitas obrigatórias a quem chega ou vive em suas cidades. Obrigatórias… em termos. Mesmo com peças de extrema raridade e de gênios da arte, estes e os demais principais museus do mundo há algum tempo deixaram de sobreviver unicamente de suas mostras, fixas na parede. Não são mais caixas de tesouro. Transformaram-se, sim, em fóruns de conhecimento, discussão e entretenimento. É uma mudança drástica, uma recolocação de marcas. Já deu certo fora do Brasil e começa a dar resultados aqui.

Anualmente, o jornal britânico The Art Newspaper elege os maiores museus do mundo, tendo como base a quantidade de visitantes. Louvre, Metropolitan e British Museum estão sempre à frente. Mas o que chama atenção é que ano após ano o número de visitantes só cresce. O Louvre em 2012 teve 9,7 milhões de visitantes, contra 8,5 milhões em 2010. Metropolitan, 6,1 milhões, 900 mil a mais que em 2010. O único que variou negativamente foi o British, que passou de 5,8 milhões para 5,5 milhões, um caso raro, já que mesmo os que estão atrás dele no ranking cresceram: Tate Modern e National Gallery (ambos em Londres).

O que estes museus têm em comum é a percepção quase universal de que existem para atender ao público. E o público atual quer entretenimento. Já não é mais concebível haver uma obra de arte sem que ela seja detalhada ao espectador. E não trato aqui de pirotecnia tecnológica. São ferramentas necessárias que agregam conhecimento ao visitante, que cativam o público. Somente no século XIX começaram a ser construídos museus públicos pelo mundo. Ma sempre foram considerados pouco atraentes pelo grande público, pois os curadores acreditavam que a obra de arte deveria ser mostrada apenas pela sua estética, como algo sagrado. Ou seja, nada de narrativa ou entendimento de conjuntura. Um porre para o espectador. Por mudanças de atitude como esta, os museus estão na moda novamente.

Aqui no Brasil há novos importantes museus, a maioria ainda sob rédea do Estado. São Paulo ganhou nos últimos anos o Museu do Futebol, o Catavento Cultural e o Museu da Língua Portuguesa, todos com temas que décadas atrás seriam impensáveis. Eles têm a enorme benesse de receber gente que antes não tinha nem coragem de entrar em um museu. Mais recentemente, o Museu de Arte Contemporânea ganhou novas instalações. E no Rio de Janeiro surgiu o Museu de Arte do Rio (MAR, um nome que já indica um posicionamento diferente).

O mesmo The Art Newspaper traz também anualmente as exibições mais populares do planeta. E aí aparece Tóquio, a capital japonesa, com média de 10,5 mil pessoas por dia durante a temporada de “Masterpieces from the Mauritshuis”, em 2012. Mas logo em segundo lugar está o Centro Cultural Banco do Brasil no Rio, com 7,9 mil visitantes por dia à exposição “Amazônia – Ciclos da Modernidade”. Não para por aí. O mesmo CCBB teve 6,9 mil pessoas diariamente em “Índia”, em 11º lugar.

A atenção maior da população mundial aos museus é resultado direto de uma mudança estratégica de marketing. Houve planejamento. O cenário de maior acesso ao ensino superior gerou a oportunidade exata aos museus, que a aproveitaram. Pesquisas mostram que pessoas mais bem educadas são muito mais propensas a ser frequentadoras de museus. Querem ver por si mesmas onde se encaixam no resto do mundo. Visitantes modernos querem ser entretidos, e são suscetíveis a se afastarem, a menos que os museus possam se conectar com eles.
Como resultado de um planejamento bem articulado, museus vêm obtendo fonte útil de renda por meio de empréstimos de obras de arte para galerias no exterior. O Museu Picasso em Paris levantou 30 milhões dos 50 milhões de euros que necessitava para a sua reforma atual com empréstimos de obras a outros museus no exterior. O British Museum custa em média 100 milhões de libras ao ano para estar aberto. Diante disso, tem se esforçado para fortalecer seu marketing e angariação de fundos via venda de sua expertise: presta serviços de consultoria para novos museus estrangeiros. Um contrato com o Museu Nacional Zayed, em Abu Dhabi, que será aberto em 2016, gerará 10 milhões de euros por ano.

É um caminho que não tem mais volta. São milhões de pessoas passando a conhecer museus, seja em países em desenvolvimento ou seja nos desenvolvidos. É uma lição que fica a quem deseja sobreviver em diferentes mercados. O marketing está exposto no museu.

 

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Ajudem a espalhar quem foi Peter Drucker

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Em meio à discussão sobre a revolução tecnológica – que diminuiu fronteiras entre pessoas e gera transformações em todos os setores (corporativo, político e cultural) – uma coisa é certa: a maior beleza da internet é amplificar conceitos fundamentais da disciplina de Marketing. Esquecer ou deliberadamente ignorar os fundamentos cardinais da ideologia marquetóloga é um erro crasso para quem deseja se posicionar seriamente nesta área como estudioso, consultor ou especialista.

O visível buzz e a glamourização exacerbada sobre a mídia social que permeiam o mercado não devem ser obstáculo para quem deseja fazer marketing de verdade: mais do que receitas de bolo, divulgadas atualmente sem nenhum critério e de forma superficial, os profissionais devem (e, infelizmente, estão esquecendo) olhar para referências cruciais como Theodore Levitt, Francisco Madia e, principalmente, Peter Drucker.
Como fazer marketing sem entender sua essência, seus alicerces? Aqui cabe o legado de Drucker. Em 1954, o economista fundamentou a ideologia das empresas modernas no capítulo cinco de seu livro A prática de administração de empresas (The practice of management), quando afirmou que “pelo fato de ser o seu propósito criar um cliente, qualquer empresa tem duas – e somente estas duas – funções básicas: o marketing e a inovação.” Portanto, fica bem claro que marketing não é estático. Daí a importância do profissional da área estar atento ao comportamento cíclico do consumidor.

Por sua importância crucial, Drucker é referência obrigatória para quem quer trabalhar o verdadeiro marketing. Polivalente, Drucker foi economista, jornalista, conferencista, analista financeiro, consultor, autor e professor. Tem como maior legado a capacidade de interpretar o presente e perceber suas implicações no futuro. O “pai do management” nunca aceitou tal título e muito menos o de guru (rótulo que ele que associava a charlatanismo). Um exemplo a ser seguido para aqueles que trabalham com frases feitas, receitas prontas e acreditam que são os magos do marketing. Estes certamente estarão fadados ao fracasso.

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Empreendedores só podem ser liderados por empreendedores

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Muito se fala sobre a necessidade de desenvolver uma atitude empreendedora nas organizações. O assunto vem ganhando interesse e relevância cada vez maiores, mas as discussões em torno do tema ainda são insipientes, superficiais e com pouca consistência.

 

Existe uma concordância geral de que qualquer processo de mudança de cultura só tem sucesso se a iniciativa partir da alta direção. Além disso, ao longo de todo o processo, a diretoria também deve demonstrar comprometimento e empenho no processo de mudança. Isso sempre aconteceu historicamente, em projetos de reengenharia, terceirização, implementação de tecnologias diversas, downsizing, políticas de qualidade, etc. Das estratégias ligadas ao incentivo da inovação como fator de competitividade, a vertente mais completa e integrada é o empreendedorismo corporativo. Trata-se de uma mudança profunda de cultura porque mexe em todos os níveis da organização, e mexe de forma contundente, pois desafia pressupostos, paradigmas e o status quo. Por isso mesmo, não dá para imaginar nenhum programa de implantação de empreendedorismo corporativo sem o apoio e comprometimento da alta administração.

 

Mas este é apenas o gatilho que inicia o processo. O que na verdade está por trás de todas as iniciativas de sucesso é o envolvimento da gerência média. É o nível intermediário que faz as coisas acontecerem, são os gerentes que estabelecem a ponte entre a visão corporativa e os desafios no nível operacional. Somente os gerentes possuem consciência das realidades dos dois lados da pirâmide hierárquica e somente eles podem consolidar ambas em planos de ação sistemáticos e viáveis.

 

Entretanto, tenho ouvido com certa freqüência tristes histórias de conflitos entre chefes e subordinados que acabam tragicamente com a demissão do subordinado. Muitas destas histórias trazem em comum diferenças irreconciliáveis que acabam penalizando aquele que tem menos poder político. O curioso é que, conhecendo estas pessoas, me causa espanto o fato de eles possuírem características que deveriam ser valorizadas e exploradas por qualquer empresa. São dinâmicos, criativos, cheios de iniciativa, pró-ativos e comprometidos. Além disso, são auto-motivados, geralmente bem organizados e com facilidade de comunicação e relacionamento com colegas e pares. Invariavelmente seus trabalhos são de uma irrepreensível qualidade e são freqüentemente elogiados pelos clientes.

 

Por que então eles são demitidos? Por que acabam surgindo conflitos que provocam tristes perdas para ambas as partes? Será que estas pessoas não são tão boas quanto parecem? Será que sabem atender bem os clientes, mas não os seus superiores? Será que estes chefes sofrem de miopia corporativa? Não, acho que não é nada disso. A verdade é que estes gerentes se sentem ameaçados quando alguém de sua equipe começa a aparecer e se destacar mais do que ele próprio. Quando as competências do chefe são colocadas à prova diante de seus funcionários mais talentosos, a primeira e inevitável reação é a da auto preservação, ou seja, eliminar a ameaça.

Começam então a surgir defeitos, falhas, problemas, ainda que imperceptíveis e pouco relevantes, ou até mesmo inexistentes. Servem como bode expiatório que são devidamente potencializados sob os argumentos dos respectivos chefes. A natureza humana é naturalmente resistente a críticas, por mais construtivas e isentas que possam parecer. Isso faz com que os chefes não aceitem alguns comportamentos típicos de funcionários empreendedores, que questionam as regras, o status quo, os paradigmas pré-existentes. Muitos destes gerentes ainda acreditam que a melhor liderança é a autoritária, com decisões unilaterais e arbitrárias. Para eles, o funcionário ideal é aquele que obedece sem questionar e se desdobra para atender desmesuradamente todos os seus desejos e vontades.Funcionários empreendedores não são facilmente liderados. Eles requerem um grau de liberdade de ação e decisão que nem sempre os chefes podem ou querem dispor, são como cavalos selvagens que se revoltam contra as amarras impostas que os impede de evoluir e seguir o caminho que escolheram.

 

Por isso que tantos talentos ‘pulam’ de empresa em empresa. Um pouco deste fenômeno se deve ao seu comportamento irascível e questionador, mas uma boa parte é atribuída ao sentimento de ameaça que o gerente sente sobre seu cargo e sobre suas ‘verdades absolutas e inquestionáveis’. A recorrência das demissões é diretamente proporcional à resistência deste empreendedor interno em se sujeitar às regras corporativas. Ele só vai encontrar o seu caminho quando tiver a sorte de se deparar pela frente com uma organização que cultiva o espírito empreendedor ou quando o seu futuro chefe valorizar a atitude empreendedora. E isso só vai acontecer se ele mesmo detiver tais características empreendedoras, pois só sendo um empreendedor que se poderá não só compreendê-lo, mas conduzi-lo.

Normalmente o empreendedor corporativo típico se sente um pouco frustrado e confuso quando é demitido sem uma causa razoável, mas ele logo se firma novamente sob suas convicções, retoma a confiança em si e recupera o otimismo que o ajuda a se recolocar rapidamente no mercado. Alguns deles, porém, gostam da empresa, gostam do seu trabalho, apreciam o ambiente e têm esperança de crescer lá e colher valiosos frutos para sua vida e carreira. Quando eles encontram chefes não-empreendedores, precisam aprender a gerenciá-los para preservar o seu emprego e os objetivos a ele relacionados. E a regra básica para estes casos é ‘Não brilhe mais do que o seu chefe!’

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Incubadoras corporativas: O caminho da inovação protegida

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A palavra incubadora, originalmente usada para caracterizar um local que protege o recém nascido nos seus primeiros dias para aumentar suas chances de sobrevivência, foi emprestado pelo mundo da tecnologia para caracterizar o espaço que protege empresas startups recém nascidas com o mesmo propósito, aumentar as chances de sobrevivência nos primeiros e mais críticos meses de qualquer novo negócio.  Recentemente as incubadoras (e também as aceleradoras), vem ganhando espaço também nas organizações, primeiro aquelas dedicadas ao desenvolvimento de tecnologia, mas agora cada vez mais populares em segmentos que não tem nenhuma relação com inovações tecnológicas. O motivo do crescente espaço que as incubadoras vem ganhando nas discussões em torno da inovação corporativa é bem simples, as organizações estão percebendo que é muito difícil conciliar internamente o discurso da inovação com o discurso da melhoria contínua, pois em muitos casos, são falas contraditórias que mais confundem do que orientam as pessoas nas empresas.

 

As incubadoras corporativas guardam muitas semelhanças com as incubadoras de novas empresas tradicionais, um espaço físico compartilhado entre várias pequenas empresas, que dividem as despesas de manutenção de infraestrutura e serviços administrativos, como correios, secretaria, salas de reunião, comunicação, recepção, etc. No entanto, o enfoque principal das incubadoras corporativas não é este compartilhamento de despesas, até porque, nas grandes organizações, esta economia não é, necessariamente uma grande vantagem.  O principal objetivo das incubadoras corporativas é o estabelecimento de um espaço separado do negócio principal no qual as regras podem ser flexibilizadas em favor da inovação. Regras rígidas, hierarquia verticalizada, controles restritivos, procedimentos detalhados e forte organização e ordem, tão necessários para garantir a excelência e a eficácia na condução dos negócios, para gerar inovação são empecilhos que limitam a capacidade criativa das pessoas, inibem a ousadia, impõem medo de correr riscos, penaliza os erros e fracassos e, consequentemente, as pessoas não se sentem estimuladas à experimentar, tentar e testar ideias que teriam grande potencial para se transformar em novos negócios.

 

Nas incubadoras corporativas, não há cargos, não há horários de trabalho pré-estabelecidos, não se cumpre rotinas e sim executam projetos, não se estabelece controles rígidos, não há código de vestimenta, e por ser um ambiente voltado para a criatividade tão diferente no ambiente tradicional do negócio é que precisa ficar fisicamente localizado fora da empresa, embora em constante contato e interação com o negócio.  Projetos e ideias, venham de funcionários, gerentes ou sejam definidos estrategicamente pela alta administração, são direcionados para a incubadora para que sejam explorados em todas as suas possibilidades e nuances, onde são feitos protótipos, provas de conceito, pesquisas de mercado, testes de viabilidade, experimentações, versões e concepção de desenhos de modelos de negócio.

 

Depois de testado e aprovado, o novo negócio ou novo produto, volta para a organização para que seja incorporado em alguma ideia de negócio e seja estruturado para, sem mais inovações, siga em busca de eficiência e eficácia, ou seja, a melhoria contínua do processo para que os erros, agora indesejados, sejam reduzidos ao mínimo no dia-a-dia do negócio.  As incubadoras corporativas podem representar a resposta para as organizações que enfrentam o desafio de gerar inovações sem colocar em risco a operação corrente do negócio, deixando dois ambientes com políticas bem claras de condução.

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4 formas de gerenciar redes sociais corporativas

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As redes sociais foram além do pessoal e passaram também a ser uma ferramenta para uso das empresas, que buscam mais engajamento de seus públicos e proximidade. Acontece que a dinâmica das redes sociais é muito diferente da comunicação a que as empresas estão acostumadas, então é preciso saber como gerenciá-las a fim de ter o sucesso almejado.  A Linguagem, tipo de conteúdo e indicadores de desempenho são alguns dos pontos que vamos abordar ao longo deste post, dando a você o panorama das principais redes sociais e como torná-las suas aliadas.

 

Público
Cada rede social possui um público específico, que se identifica com a plataforma e a utiliza mais do que outras.
Facebook: público diverso, que busca contatos de acordo com hábitos e costumes. Você pode utilizar essa rede social para gerar maior engajamento por meio de postagens que agreguem valor às pessoas. É considerada uma rede de massa, pois hoje tem no Brasil quase 90 milhões de usuários, mas mesmo assim é possível fazer várias segmentações bem definidas.
Twitter: público mais intelectualizado, que está em busca de informação rápida e importante. Utilize esta rede social para manter o seu público atualizado sobre novidades a respeito da sua empresa, como o lançamento de um novo produto, eventos, cursos, novidades, entre outros.
Linkedin: esta rede social corporativa é mais voltada para profissionais que desejam estabelecer contatos e alçar novas oportunidades no mercado de trabalho, assim como estabelecer um networking mais efetivo. Utilize-a para recrutamento e seleção de profissionais e para abordar temas de interesse do mercado como um todo.

 

Conteúdo
O conteúdo a ser disponibilizado nas suas redes sociais deve estar de acordo com o planejamento estratégico da empresa e também com o público que você deseja atingir.
Facebook: disponibilize conteúdos diversos, mas que chamem a atenção do leitor para uma ação, como clicar num link, comentar algum post ou curtir uma página. Utilize vídeos, imagens e textos, isolados ou combinados.
Twitter: 140 caracteres são algo fácil de criar, mas é preciso ir além para conquistar o internauta em poucas palavras. Crie chamadas criativas, faça perguntas e convide as pessoas para clicarem no link disponibilizado. No Twitter você deve ser super objetivo, interessante e informativo.
Linkedin: Participe de fóruns e debates em grupos específicos, poste conteúdos relevantes e compartilhe conhecimento alinhado ao seu negócio, por exemplo, se você trabalha com marketing digital, fale sobre estratégias, táticas, o mercado, enfim, mostre que você é um especialista no assunto.

 

KPIs
Os famosos KPIs – Key Performance Indicators nada mais são do que os indicadores de desempenho das suas estratégias de comunicação nas redes sociais corporativas. Você pode criar ferramentas próprias ou utilizar outras disponíveis, como Google Analytics, que vão te auxiliar na hora de verificar o que está dando certo e o que pode ser melhorado.

 

Relacionamento
O principal objetivo de uma rede social é sempre o relacionamento, o qual a empresa deve nutrir sempre. A omissão ou descaso pode refletir negativamente na imagem de sua marca, e consequentemente, em seus serviços/produtos.
A gestão de redes sociais corporativas é a melhor estratégia para que os seus investimentos nestas ferramentas gerem resultados e receita. Pode-se começar seguindo os passos de segmentar o público, definir as redes sociais, criar conteúdos relevantes e monitorar o desempenho do seu trabalho. Tornando isso uma prática, além de acompanhar qualquer alteração que possa surgir na rede com relação à sua marca, você garante que seu trabalho está evoluindo e superando barreiras.

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Uma conversa com Denise Lee Yohn sobre branding contemporâneo

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Com seu “posicionamento de operacionalização”, como ela costuma chamar o ato de transformar qualquer marca de um simples símbolo em uma ferramenta central das organizações, Denise já atuou ao lado de companhias, como Sony, Frito-Lay, Burger King, New Balance e LandRover.

Como estudiosa, a especialista desenvolveu uma interessante teoria que compara a viabilidade das extensões das marcas com as sequências de filmes realizados em Hollywood. Mas esta teoria não é única em seu arsenal de boas ideias. Denise acredita que o engajamento das marcas na era digital é fundamental, mas ele deve estar de mãos dadas com a promessa central da marca, além de promover diferenciação relevante e despertar um sentimento profundo no cliente.

“A importância e a agitação de cada mercado vêm de ideias revolucionárias e verdadeiramente novas, que levam os clientes a pensar sobre marcas e categorias de maneiras completamente diferentes”, afirma Denise. Leia a seguir a íntegra do bate-papo que tive com a colega.

 

Gabriel Rossi: Quais são as características de uma marca realmente forte no ambiente recessivo atual? Como ela se diferencia (percepções externas e internas) das demais?

Denise Lee Yohn: As características de uma marca forte atualmente são as mesmas que sempre foram: uma marca forte é significativa, diferenciadora, verossímil, transcendente (transmite valor além de uma oferta específica) e entregue e vivenciada de uma maneira consistente. Essas são as características que ajudam uma marca a se diferenciar e se conectar com os atuais e potenciais clientes em qualquer economia – no entanto, talvez a necessidade de possuir essas características agora é mais forte do que nunca.

As marcas também devem ser claramente entendidas e consideradas pelas suas partes interessadas (stakeholders) internas (por ex. as pessoas responsáveis por transmiti-la) como uma vantagem competitiva sustentável e que agregam valor de negócio. Uma marca sólida é operacionalizada, ou seja, colocada em uso em cada aspecto do negócio. Esse é o caminho para as empresas crescerem e criarem valor dentro das limitações orçamentárias.

 

Gabriel Rossi : Você poderia explicar o conceito de ‘brand as business’ (marca como negócio)?

Denise Lee Yohn: “Brand as business” é a abordagem de gerenciamento que envolve a administração deliberada e sistemática do negócio em torno da marca. O conceito de “brand as business” transforma a marca de apenas um símbolo ou expressão do que a empresa faz em uma ferramenta valiosa utilizada no sistema operacional central da organização. A marca se torna mais do que uma geradora de conscientização e reputação. Ela atua como um impulsionador e bússola para tudo que a empresa faz – da geração de insights compartilhados sobre o negócio, passando pelo impulso a decisões de planejamento superiores, à facilitação da execução consistente e eficiente.

 

Gabriel Rossi : Qual é a diferença entre expressar a sua marca e operacionalizá-la no mundo digital?

Denise Lee Yohn: A maior parte da agitação em torno do mundo digital está relacionada a expressar sua marca – ou seja, utilizar novas tecnologias e técnicas inovadoras para se comunicar com os consumidores sobre ela. O uso das redes sociais pela Starbucks é um excelente exemplo da nova expressão da marca. As promoções que a empresa realiza na sua página do Facebook e anúncios interativos na homepage dessa plataforma ajudaram-na a construir uma ampla base de fãs.

Outras iniciativas nas mídias sociais, como pedir às pessoas para tirar fotos de novos anúncios em outdoors e colocá-los no Twitter, e utilizar um vídeo no YouTube para promover sua oferta de café gratuito no Dia da Eleição, são outras maneiras nas quais a Starbucks utilizou novas ferramentas digitais para expressar sua marca, mas elas diferem da operacionalização da marca.

O dicionário define operacionalizar como “colocar em operação, começar a trabalhar”. Portanto, operacionalizar uma marca é utilizá-la – impulsionar o seu negócio com ela e desenvolver um sistema organizacional para entregar valores e atributos da marca. Uma empresa que utiliza novas tecnologias da Internet para operacionalizar a sua marca é a Nike. A marca Nike significa fornecer inovação e inspiração para qualquer atleta. Portanto, a empresa desenvolveu o Nike+, um sistema de sensor/rastreamento que se integra ao nikeplus.com de maneira que os usuários podem acompanhar o seu próprio progresso, comparar seu desempenho com o de outras pessoas, participar de fóruns, etc. O Nike+ torna possível que os corredores estabeleçam “desafios” virtuais com outros participantes e personalizem suas páginas pessoais para ilustrar seu humor, o tempo, percurso, etc. A Nike está operacionalizando sua marca ao integrar novas tecnologias nos seus sistemas operacionais chave.

 

Gabriel Rossi: O boca a boca digital está criando um conjunto de indicadores (scorecards) de responsabilização totalmente novo para as empresas. Sendo assim, qual o real significado e importância da autenticidade da marca conforme a voz dos consumidores continuará crescendo e novas formas de expressão surgem a cada dia?

Denise Lee Yohn: A autenticidade da marca começa com uma empresa sendo totalmente clara sobre os valores e atributos que sua marca incorpora – e então os comunicando e entregando-os em tudo o que ela faz. Isso é o que uma empresa pode controlar. Uma empresa não consegue controlar a conversa nas redes sociais sobre sua marca, mas pode conduzi-la. Ao envolver ativamente os clientes e influenciadores em um diálogo franco sobre sua marca e o seu negócio, você aumenta a probabilidade de que as mensagens que eles transmitem vão interpretar e reforçar a marca de uma maneira apropriada.

 

Gabriel Rossi: No seu artigo “The Brand Ultimatum”, você argumentou que “uma extensão de marca crível é impulsionada por uma profunda identidade de marca… Como um herói que encabeça um filme de grande sucesso, uma marca deve cativar a imaginação do seu público”. Por favor, explique a sua tese.

Denise Lee Yohn: Certamente. Uma profunda identidade de marca funciona como um personagem cuja narrativa tem muitas camadas a serem exploradas. Considere, por exemplo, Jason Bourne, o herói da série de filmes ‘Bourne’. Começando com “A Identidade Bourne”, Jason Bourne embarca em uma jornada de descoberta pessoal. Por meio da história que se desenvolve no decorrer dos três filmes da série ‘Bourne’, o público mergulha mais profundamente na busca do herói por autoconhecimento – cada um deles revelando o suficiente da sua história para satisfazer a nossa curiosidade, mas deixando o suficiente não solucionado para incitar uma antecipação saborosa do próximo capítulo.

Da mesma maneira, uma marca deve ser rica, com múltiplas camadas de associações para que as extensões de marca sejam atraentes. Novas iterações da marca devem revelar novas dimensões da sua identidade. Há alguns anos, a Dove, a marca de tratamento de beleza, revelou novos e provocativos atributos e valores da sua marca ao longo da duração de sua campanha pela Beleza Real e acompanhando extensões de marca – evoluindo de uma autoafirmação um tanto defensiva para um fortalecimento mais pró-ativo.

 

Gabriel Rossi: Isso significa que marcas como Harley-Davidson e Volvo não devem ser estendidas?

Denise Lee Yohn: Sim. Assim como alguns grandes filmes não deveriam ter continuações, as extensões de marca não fazem sentido para todas as marcas. A marca Harley-Davidson já é totalmente compreendida; não há mais nenhuma história da marca a ser contada. Ela possui uma identidade rica e poderosa, mas não necessariamente profunda – portanto, buscar novas categorias para estender a marca, como decoração de bolos (algo que a empresa de fato tentou), torna os novos produtos formalistas e forçados.

Os profissionais de Marketing devem examinar a profundidade da identidade de sua marca e determinar se sua narrativa tem ou não a qualidade produtiva sedutora necessária para sustentar extensões. Caso contrário, isso não significa que a marca e o negócio não podem crescer. O trabalho de extensão não é a única maneira das marcas maduras fortalecerem e alavancarem seu valor. Novas abordagens nos meios de comunicação e nas mensagens podem gerar um novo apelo e destaque. Além disso, alternativas como a construção da sua marca junto a novos segmentos ou a identificação de novos pontos de contato, experimentando a marca nos mesmos, podem alavancar um crescimento no negócio.

 

Gabriel Rossi: Quais são as principais perguntas a serem feitas para determinar se sua marca deverá ser esticada ou continuar focada?

Denise Lee Yohn: Sugiro examinar a sua marca considerando quatro dimensões:

1. Dinâmica vs. estática – Os personagens de histórias dinâmicas são aqueles que passam por algum tipo de mudança – uma mudança no entendimento (de si próprios ou do mundo) ou motivação (o propósito ou causa que eles buscam). Personagens estáticos, por outro lado, permanecem basicamente os mesmos no decorrer de um trabalho. As marcas são dinâmicas ou estáticas – e uma marca dinâmica é aquela profunda. Pergunte-se se o ponto forte de sua marca é extraído da sua flexibilidade e adaptações ao longo do tempo ou de sua consistência e tenacidade. Faz sentido mudar a sua identidade para refletir padrões culturais ou contextos em mudança – ou a identidade da sua marca é atemporal e auto-referente?

2. Simbólica vs. literal – As marcas podem ser desejáveis porque representam algo mais significativo ou porque são mais literais. Quando a Apple nos conclamou a “pensar diferente”, estava convocando as pessoas a abraçar valores de ordem superior, tais como individualidade e liberdade. A natureza simbólica da marca Apple forneceu uma base firme para sua ampla cobertura. Por outro lado, a identidade da marca BMW como “the ultimate driving machine” é literal – é o que você vivencia quando dirige um carro da marca. Ao considerar uma estratégia de extensão de marca, avalie a natureza da identidade da sua marca: Ela busca representar um ideal superior ou transmitir uma mensagem simbólica? Ou, ela representa algo mais tangível e transmite uma mensagem literal? As identidades de marcas simbólicas tendem a ser mais profundas e com maior possibilidade de extensão;

3. Misteriosa vs. direta – Personagens que não são quem inicialmente aparentam ser geralmente têm maior possibilidade de extensão do que aqueles que são simplesmente quem dizem ser. Da mesma forma, marcas com algum mistério abrem o apetite dos consumidores por extensões. Considere onde está a sua marca no espectro entre mistério e franqueza – há mais a ser revelado sobre a sua marca ou sua história já foi totalmente contada? Os consumidores antecipam aprender mais sobre você ou preferem a segurança de conhecê-lo bem agora?

4. Ímpeto vs. maturidade – A maturidade é uma consideração tanto das tramas quanto das extensões. Histórias contínuas que estão atingindo a puberdade se prestam a seqüências; marcas que parecem ter ímpeto se prestam a extensões. O Google é um ótimo exemplo de marca que parece estar crescendo a olhos vistos. Sua marca atrai as pessoas com sua experimentação jovem? Ou, a maioria das pessoas já cresceu com sua marca e agora a enxergam como uma marca estabelecida e madura? Pergunte a si mesmo se a sua marca tem ou não ímpeto suficiente para entrar em novas categorias.

 

Gabriel Rossi: Quais são os pilares do engajamento de marca inovador?

Denise Lee Yohn: Se você está perguntando como as marcas usam a inovação para envolver seus clientes, diria que há pelo menos três pilares.

1. Aumentar o valor central da marca – Na corrida para introduzir os últimos e melhores produtos e serviços, muitas empresas buscam inovações que podem ser interessantes, mas têm pouco a ver com o valor central que atualmente transmitem para os clientes. Esse é um erro, porque tais inovações afastam a empresa do seu objetivo e negócio centrais – e os clientes estão propensos a vê-los como confusos ou irrelevantes. As inovações que promovem a marca existente/relacionamentos com clientes e aumentam o valor que a marca já está entregando para os clientes são inerentemente mais atraentes.

2. Diferenciar-se dos concorrentes – Muitos novos produtos e serviços são simplesmente versões maiores/menores/mais rápidas/melhores/mais baratas/etc. de ofertas dos concorrentes. Isso porque a maioria das empresas desenvolve suas inovações levando em conta as categorias usuais e segundo as tendências das categorias – mas, ao invés disso, elas deveriam estar buscando fazer “zigue” enquanto os concorrentes fazem “zague”. A importância e agitação do mercado vêm de ideias revolucionárias verdadeiramente novas que levam os clientes a pensar sobre marcas e categorias de maneiras completamente diferentes.

3. Despertar um sentimento mais profundo – O engajamento também surge de uma conexão profunda com os clientes. Isso não significa que uma inovação, ou marca, precisa ser séria. Você pode realmente ter uma boa repercussão com as ofertas peculiares ou personalidade divertida da sua marca. O aspecto importante é ser memorável e significativo.

No entanto, acima de tudo, a inovação precisa funcionar. Muitas e muitas vezes, tenho visto empresas lançarem novos produtos/serviços que simplesmente não cumprem suas promessas. A decepção posterior diminui o valor da marca e acaba com qualquer esperança de aumentar o engajamento dos clientes.

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